Acordo muito cedo, às 5hs, no máximo às 5:30hs e ainda é noite. Arrumo a mesa do café e adoro ouvir a noite indo embora.
TELHADOS
Gosto de ouvir
a primeira gota de luz
pousar de leve
nos telhados:
pouco a pouco
vai pintando o mundo
de azul e dourado.
Acordam os pássaros
de todas as cores,
bem-te-vis, andorinhas,
sabiás,
e de todas as notas
musicais,
depois acordam os gatos
acariciando os telhados.
Então o dia começa
com seu carrocel de ruídos
e eu bebo café com nuvem.
in Caixinha de Música, ed. Manati.
Meu Deus somente alguém inspirado por uma força muito maior pode escrever tão docemente assim.
ResponderExcluirCaramba, que poema lindo.
Ontem ao terminar um passatempo chamado “DUPLEX” que é composto de um “QUADRO” e um “DIAGRAMA” do livro de palavras cruzadas saiu esse escrito de João Paulo Cuenca:
“Quando escrevo, dou um nó nessa folha em branco, torço o papel, crispo os dedos até que escorram as palavras.”
No momento em que li achei um pouco pesado. Claro que depois eu entendi mais ou menos o que ele quis dizer, mas ao ler esse seu poema, eu não vejo você torcendo a folha e nem crispando os dedos.
Acho que a sua forma de escrever é mais suave e as palavras escorrem, da mesma maneira.
Se eu estiver errada, por favor me explica.
Bjs,
Angela
23 de junho de 2011 17:29
Angela, o ato de criação é um mistério. Melhor não tentar explicar! Mil beijos, Roseana
ResponderExcluirCom certeza não pensei nisso.
ResponderExcluirObrigada,
Angela
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