domingo, 20 de agosto de 2017

SUDOESTE

De repente, o dia que estava azul e fresco, recebeu uma lufada de falta de ar. O vento parou e um mormaço insuportável cobriu tudo.
Então eu sabia que o tempo ia virar.
Eu nem preciso olhar nenhum site de meteorologia.
Sei pelo vento, pelo cheiro do mar.
E algumas horas depois entrou o sudoeste rasgando feito navalha.
O vento sacode e parece que vai esquartejar a casa.
As madeiras rangem, estalam, os vidros vibram.
A casa fala a língua do vento.
Olho pela janela e o mar já está muito revolto.
Gosto da natureza assim.
Algo no meu corpo responde a esse chamamento. Como a casa, meu corpo também vibra e estala.

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