quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

LILITH E BLIMUNDA

Lendo Caim do Saramago faço contato outra vez com a personagem bíblica de Lilith. Quando era jovem me apaixonei por este belo arquétipo de mulher livre, consciente de seus poderes, dona dos seus desejos, sedutora e misteriosa. Carregava Lilith dentro de mim e era nela que eu buscava forças quando ainda era uma mulher acorrentada. Outra mulher que levei durante anos dentro do meu corpo foi Blimunda, do romance Memorial do Convento também do Saramago. Ela me ajudava a viver, eu também comia do seu pão. Quando conheci Saramago em 1997 em Lanzarote, a minha emoção era a de ter diante dos meus olhos o criador da mulher que eu amava, Blimunda, a que podia ver as pessoas por dentro. Arquétipos nos levam pela mão e nos ajudam a atravessar desertos.

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