quarta-feira, 22 de março de 2017

GENEALOGIA DE UM LIVRO

Na década de 90 escrevi um conto: Sete Sonhos e um Amigo.
Eu havia conhecido Mauricio Leite e me apaixonado por seu projeto das Malas de Leitura. Ficamos muito amigos, viajamos muitas vezes juntos pelo Proler.
Meu personagem então recebeu o nome de Mauricio.
Li o conto para o Rui de Oliveira. Nesta época éramos bem amigos e eu gostava de ficar no seu ateliê lá no Catete conversando com ele. Rui gostou muito, achou que os sonhos eram de iniciação, ritos de passagem. Ele me disse que gostaria de ilustrar, o grande Rui, sem nenhuma parceria comigo.
Isso não aconteceu. Consegui publicar o conto pela Ed. FTD, com ilustrações do Cárcamo, maravilhoso aquarelista chileno. Eu o conheci uma vez.
O livro não foi feito com cuidado pela editora. O papel era de segunda, a impressão péssima, essas coisas que acontecem na vida de um autor.
Faz algum tempo o livro foi retirado do catálogo.
E agora uma editora de Natal me pediu um texto.
Sempre quis reeditar este conto, mas ao reler, eu achei que ele precisava ser mudado.
Preservei os sete sonhos, mas refiz o resto.
Conservei o nome do Maurício, pois somos muito amigos até hoje e acrescentei a dedicatória. Esse livro dedico a ele.
Mas precisava de um sobrenome para o meu personagem e então busquei um amigo que mistura literatura e psicanálise. Pois os sonhos são a matéria prima com que o psicanalista irá trabalhar, além de tantas outras coisas. Não são muitos os psicanalistas que podem fazer essa mistura. Inclusive tenho indicado o William Amorim para Feiras , para que possa falar com propriedade sobre ficção e psicanálise, sobre poesia e psicanálise. Acho que trata-se de algo inovador.
Meu personagem ficou então com o nome de Maurício Amorim, misturei dois amigos, e está sendo ilustrado. Sairá pela Editora Comunique e estou muito feliz.

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