quarta-feira, 25 de abril de 2018

LIVRO NAS MÃOS

Tenho meu livro Poemas para Metrônomo e Vento da Editora Penalux nas mãos.
A emoção é tão imensa que poderia chorar um rio.
Explico porque.
Desde 1980 publico livros para crianças e jovens.
Fui carimbada e o mercado de livros de poemas para adultos é outro.
Leo Cunha já disse que coloco todo o talento que tenho nos livros infanto juvenis.
Mas escrevo poemas para gente grande também, desde sempre.
Muitos me diziam: Impossível conseguir uma editora.
Mas Salgado Maranhão, o grande poeta, se interessou por mim. E a editora me aceitou.
E o milagre aconteceu.
Milagres sempre acontecem.
Tenho nas mãos um livro belíssimo. Desde a capa, assinada por Silvia Negreiros, a contra capa do Salgado Maranhão e Ferreira Gullar, a orelha, assinada por José Inácio Vieira de Melo, até a qualidade do papel, que parece um pergaminho.
Os poemas falam do que é importante. Vida, amor e morte e o cotidiano no meio, que é o lugar onde se vive.
Dedico o livro aos meus primeiros leitores, aqueles que me dizem isso ou aquilo e o que me dizem realmente importa.
Quando estive com Saramago em Lanzarote, ele disse que nunca esperou tanto da vida. Nem eu.
Nunca esperei ter tantos leitores espalhados pelo país.
Hoje me telefonou Tiana Tapety para me contar o que faz a minha poesia com as crianças de Oeiras. Milhares de crianças lendo os meus poemas. Ela me diz: A tua poesia conduz.
Sei fazer poucas coisas. Mas amar e acolher eu sei.
E agradecer. Sou tão grata por ser acolhida. Durante muito mais da metade da minha vida me senti excluída. Era tímida demais. Não gostava de esportes, tinha muitos medos, era esquisita. Me achava incapaz.
Felizmente a poesia me pegou pelas mãos e me levou. É a minha pele, meu barco, minha estrela.
Essa edição tão cuidada e pequena quase não cabe em mim, de tão imensa.

 

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