quarta-feira, 14 de outubro de 2009

MAREMOTO

Ontem, no final da tarde, ganhei um presente maravilhoso, pelas mãos da Maria Clara: um exemplar do livro MAREMOTO do Pablo Neruda. Não conhecia o livro e Maremoto é construído sobre os despojos do mar, o que ele deixa na areia quando recua, momentos antes da sua violência.
Maremoto me dá as belíssimas imagens do Neruda, imagens que reviram nossas entranhas:

CARACOLA

La caracola espera el viento
acostada en la luz del mar:
quiere una voz de color negro
que llene todas las distancias
como el piano del poderío,
como la bocina de Dios
para los textos escolares:
quierem que soplen su silencio:
hasta que el mar inmovilice
su amarga insistencia de plomo.

Então a poesia é isso? apenas um sopro no silêncio?

Conheci Neruda em 1974 quando abriguei uma chilena em minha casa. Entre seus poucos pertences quando fugiu do Chile trazia os 20 Poemas de Amor e Uma Canção Desesperada. Desde então seus versos ecoam dentro de mim com a força das imagens que nunca existiram antes, com a força dos maremotos .

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