segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015

ANTIDEPRESIVO

No começo de 2014 comecei a tomar um antidepressivo . As dores que tinha não eram suportáveis e eu me afundava num pântano. Todos as manhãs quando acordava urrando de dor pensava como iria suportar o dia. O Cymbalta é um auxiliar na dor crônica. E consegui sair do pântano e respirar. Mas eu já tinha programado parar o Cymbalta depois da cirurgia. Só que parei de uma vez só, contrariando todos os cânones da medicina. Tive muitos efeitos estranhos. Hoje finalmente acordei bem. Digo, por dentro.
A partir desta experiência a consciência de mim ficou abalada. Eu era eu mas também uma outra. Eu não choro nunca. Fiz um bloco de pedra para aguentar tanta dor. Pois bem, chorei todos os dias um pouco.Gostei de chorar.
Sou uma pessoa de paz. Não gosto de brigar. Mas tive acessos de irritação , perdi a paciência, queria quebrar a casa. Eu tinha acessos de mar revolto por dentro.
Conto tudo isso para dizer que a gente toma os remédios quando precisa tomar. Ainda bem que eles existem. Dor crônica é uma doença terrível. Como se nosso corpo fosse uma jaula com um leão querendo arrebentar tudo.  Mas não é fácil deixar nenhuma droga. Café, cigarro, álcool e etc. Conto tudo isso apenas para dividir uma experiência.
Quem sou eu? Onde termina o meu ser ? Até que ponto me conheço?  Quando a dor no corte da cirurgia passar e toda a área em volta estiver liberada. serei uma pessoa sem dor. Espero que a ausência da dor me faça uma pessoa melhor. Mais uma vez uma outra pessoa. Nunca pensei que um dia seria possível viver este sonho.

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