terça-feira, 17 de fevereiro de 2015

MEMÓRIAS

Carregamos um saco de memória nas costas. Li uma reportagem muito interessante. Mas Jung já falava disso no inconsciente coletivo: o que meus pais passaram os medos que trouxeram da Europa, entraram mo meu DNA . Sou uma herdeira de experiências que não vivi. Então, às vezes o saco de memórias vai nas costas e outras vezes é alguma coisa que vive dentro de mim, que veio de longe.
O saco de memórias do nosso jardineiro Samuel tem cheiro de fazenda. Ele sempre trabalhou na terra, arando, dirigindo trator, levando o leite  para a cooperativa no interior de Minas. Adoro conversar com ele. Entendo a sua nostalgia.Ele é da terra profunda como eu.  Hoje ele veio trabalhar, pois é diarista.E não gosta de carnaval. Pedi para cortar a grama de dois pedacinhos de jardim. E o cheiro da grama cortada abre o meu saco de memórias. E me faz feliz. Sou transportada para o campo. A temperatura está maravilhosa e este cheiro inebriante de verde me dá vontade de dançar feito uma árvore..A minha paixão pela terra vem de longe. Não sei praticamente nada da minha família, mas alguma voz distante diz que minha avó materna  morava no campo, na Polônia. E claro que se examinarem atentamente meu DNA, sou árvore também.

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