quarta-feira, 22 de julho de 2015

O VENTO

Ontem veio o vento. De repente entrou cantando num redemoinho, varreu a varanda, encheu a varanda de folhas, virou o mar do lado do avesso, trouxe a chuva.
Em nosso encontro de sábado , do Clube de Leitura, Ronaldo cantou um poema do Manuel Bandeira que amo de verdade. Aliás amo tudo o que ele escreveu. É um dos poetas da minha vida:

CANÇÃO DO VENTO E DA MINHA VIDA

O vento varria as folhas,
O vento varria os frutos,
O vento varria as flores...
   E a minha vida ficava
   Cada vez mais cheia
   De frutos, de flores, de folhas.

O vento varria as luzes
O vento varria as músicas,
O vento varria os aromas...
   E a minha ida ficava
   Cada vez mais cheia
   De aromas, de estrelas, de cânticos.

O vento varria os sonhos
E varria as amizades...
O vento varria as mulheres.
   E a minha vida ficava
   Cada vez mais cheia
   De afetos e de mulheres.

O vento varria os meses
E varria os teus sorrisos...
O vento varria tudo!
   E a minha vida ficava
   Cada vez mais cheia
   De tudo.

Manuel Bandeira

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