quinta-feira, 18 de maio de 2017

ZATTERE

Então por onde começamos a caminhada da manhã, nessa manhã do dia 18 de maio, primavera quente em Veneza, dia em que o Apocalipse chega ao Brasil, todos os partidos no mesmo naufrágio? Começamos indo para a Academia.
Passamos pelo Campo Sanzolo, Parochia de S. Moise. De uma pequena ponte se vê uma torre torta, inclinada. Não é só a de Pisa. Vamos encontrando antiquários lindos pelo caminho.
Entramos numa exposição paralela, off Bienal: Azirbadjan.
Entramos por uma sala escura, subimos uma escada e desembocamos numa belíssima instalação feita com um instrumento chamado saz, que parece um pequeno alaúde. Uma construção incrivel.
Entramos numa sala escura onde um vídeo projetava na parede pessoas transparentes com o corpo todo escrito com palavras que não conhecemos. Um efeito tão belo e perturbador.
Sim, somos feitos de palavras...
Em outra sala uma exposição com desenhos em cima da impressão digital. A impressão digital usada como um conceito para singularidade.
O nome da exposição de Azirbadjan, esse país longínquo e desconhecido é um poema:
A Arte de Viver Juntos Debaixo de um Único Sol.
Seguimos para a Academia. De cima da ponte uma das vistas mais maravilhosas de Veneza.
Seguimos para o Zattere. O calçadão da Academia.
Uma placa no Zattere dizia , numa placa , que o poeta russo Joseph Brodsky se hospedou ali. Lemos seu belo livro Marca d'Agua em nosso Clube de Leitura.
Depois de caminhar duas horas nos sentamos num Café, na calçada, com a vista da Giudeca do outro lado do canal para tomar um cálice de vinho.
Finalmente havia um pouco de brisa.
Na volta paramos no Campo S.Agnese, nos sentamos num banco, na sombra, debaixo de uma árvore maravilhosa.
Havia uma senhora veneziana com seu velho cachorro chamado Ulisse. Finalmente pude conversar em italiano. Falamos sobre o tempo, sobre Veneza, sobre cães e gatos, sobre a maravilha que é poder sentar numa praça, na sombra.
Depois almoçamos numa praça, ao ar livre, apenas salada. E a praça é uma vitrine a céu aberto. Um desfile de homens, mulheres e cachorros. Excursões de estudantes passavam com sua alegria.
Intervalo para o descanso.

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