terça-feira, 16 de dezembro de 2014

NA FEIRA

Quando era criança minha maior paixão era a Feira Livre. Uma vez por semana ia com a Eunice, minha babá. Ela tinha os seus "fregueses" como ela dizia, invertendo os papéis. Era tudo tão lindo e colorido! Eunice era brigona e se alguma senhora branca encostava o carrinho nela, pronto, já estava armada a confusão. Em cada barraca de um velho conhecido seu ela parava, apalpava a mercadoria, pedia desconto e me apresentava como a sua filha. Eu ganhava frutas e Eunice comprava para mim um quebra-queixo, maravilhoso doce que nunca mais vi. Todos apregoavam a mercadoria aos gritos, era uma linda confusão, eu amava. E ainda tinha a barraca das flores!
Hoje , o que vemos no Brasil é uma horrenda e macabra Feira Livre. Nenhuma semelhança com as feiras da minha infância.
Cada possível ou provável candidato a Ministro quer o cargo onde haja uma verba maior. Para que? Pelo que vemos na Petrobras dá para desconfiar. Para boa coisa não é.Não há nenhuma timidez. Falam abertamente. E os partidos exigem, batem o pé. O governo virou um embrulho envenenado. Nada das frutas e flores da minha infância. Dentro do embrulho há um pântano. Os possíveis ou prováveis ministros nunca são escolhidos pela sua capacidade. Na maioria das vezes não sabem nada do assunto.
Será que chegará o dia em que se governará verdadeiramente para o bem estar do cidadão? Que cada Ministro será escolhido por sua capacidade e conhecimento do assunto da Pasta que assumirá?
E tudo é feito às claras, de dia, como nas maravilhosas Feiras da minha infância. Mas infelizmente é uma Feira de Horrores.

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