quinta-feira, 3 de junho de 2010

INFÂNCIA

Quando era bem pequena íamos sempre passar o domingo em Niterói. Aí morava o irmão do meu pai e eu tinha uma prima da minha idade, Dayse. Era tudo maravilhoso: as barcas, os golfinhos pulando ao nosso lado e na volta o cansaço bom, quando eu me deitava no colo da minha mãe e adormecia. Depois, já mais grandinha, com uns dez anos, às vezes passava as férias na casa dos tios com minha prima. Pulávamos amarelinha na praça, era a felicidade suprema. Meus tios já morreram. Perdi contato completamente com a minha prima Dayse que mora em São Paulo. Não a vejo desde a década de oitenta e nunca mais nos falamos. Agora ela me escreve e subitamente uma lufada da infância invade meu corpo e voltam os timbres das vozes daquela época.

Juan me conta: ontem, no ônibus, voltando de Bacaxá para casa, uma velhinha de 98 anos, sozinha, sentou-se ao seu lado. Soube da sua idade porque muitas pessoas a conheciam e comentavam. Toda enrugadinha , levava uma pequena bolsa preta de onde tentava tirar 1 real para comprar uma água pela janela . Juan pagou sua água. Ela fechou a bolsinha e sorriu.

2 comentários:

  1. Roseana: minha mãe nasceu em Niterói em 1918,sempre tive vontade de conhecer essa cidade e ainda vou,se Deus quiser.Tive um primo querido ,que se casou e mudou.Recentemente eu procurei seu nome no catálogo da cidade onde mora e reiniciamos nossa amizade do ponto onde paramos há 30 anos.Uma maravilha quando damos um empurrão na energia do universo e ele corresponde....beijos crédulos!

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  2. Lindo quando histórias recomeçam. beijos, Roseana

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