segunda-feira, 21 de junho de 2010

SOBRE A LIBERDADE

Jorge Semprún, escritor e pensador espanhol, foi prisioneiro político em Buschenwald. Escreveu vários livros sobre a sua experiência no campo. Num deles, A Escritura ou a Vida, nos conta que ao lado do seu professor de literatura da Sorbonne, em seu leito de morte, por não saber nenhuma oração, recitou para ele um poema de Baudelaire. E ontem, numa longa reportagem para a TV Espanhola, nos conta que no Campo o pior era a falta total de privacidade. Para estar só tinha que inventar espaços dentro de si. Então, nas longas horas no pátio de chamada, debaixo de frio, de neve, recitava em pensamento poemas do Lorca.
Semprún foi comunista e mais tarde foi expulso do partido ao renegar o Stalinismo. Diz Semprún, nenhuma ideologia pode cercear a liberdade do homem, seu bem supremo. E hoje vê com alegria uma Europa sem guerras e apesar de todos os males, é um otimista: acredita no homem, na arte, na liberdade. Ele diz que perdeu as certezas, mas não as ilusões.

Latuf, meu amigo querido, vai a Buenos Aires ao encontro de Maria Kodama. Vai falar num encontro sobre Borges. Seu tema: Mário de Andrade e Borges.

Guga, meu filho músico que vive em Granada, na Espanha, fez um concerto na cidade de Pozo Blanco, na Andaluzia. Ele me conta que a cidade foi construída ao redor de um poço. A casa onde tocou tem 500 anos e nunca deixou de estar habitada. Nunca esteve em ruínas. O governo comprou a casa e agora é um Centro Cultural. Guga fala da platéia, umas 200 pessoas, gente do povoado, jovens, velhos, crianças, em silêncio absoluto.

Arte na escola modifica o comportamento das crianças e jovens. Só a arte nos salva e nos torna seres humanos melhores.

Tive um problema no site e os e-mails enviados não estavam chegando ao seu destino. Peço desculpas por ter deixado de responder a tantas mensagens que não me chegavam. Parece que o Gabriel, o menino educadíssimo que cuida do site, já solucionou o problema.

2 comentários:

  1. Roseana,
    Concordo plenamente sobre o poder da arte na educação dos nossos jovens e na nossa vida.
    Beijão,
    Cida.

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