sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

ANJOS

Gosto dos anjos. Da sua existência alada.A um palmo de nós, os humanos.Gosto dos versos do Rilke: "Quem, se eu gritasse, dentre a legião de anjos me ouviria?" Em muitos momentos difíceis este grito era o meu, mas eu sempre soube que no fundo os anjos me ouviam. Todos os dias leio alguns poemas. Os poemas são as minhas orações. Hoje li Jules Supervielle que vive com um pé no céu e Rafael Alberti, seu livro SOBRE LOS ÁNGELES.

EL ÁNGEL BUENO

Vino el que yo quería,
el que yo llamaba.

No aquel que barre cielos sin defensas,
luceros sin cabañas,
lunas sin patria,
nieves.
Nieves de esas caídas de una mano,
un nombre,
un sueño,
una frente.

No aquel que a sus cabellos
ató la muerte.

El que yo quería.

Sin arañar los aires,
sin herir hojas ni mover cristales.

Aquel que a sus cabellos
ató el silencio.

Para, sin lastimarme,
cavar una ribera de luz dulce en mi pecho
y hacerme el alma navegable.

Rafael Alberti,
in Sobre los Ángeles, ed. Alianza Losada

Arrisco a tradução:

O ANJO BOM

Veio o que eu queria,
o que eu chamava,

Não aquele que varre os céus sem defesas,
estrelas sem cabanas,
luas sem pátria,
neve.
Neve como essa que cai de uma das mãos,
um nome,
um sonho,
uma fronte.

Não aquele que aos seus cabelos
enlaçou a morte.

O que eu queria.

Sem arranhar os ares,
sem ferir folhas nem mover vidros.

Aquele que aos seus cabelos
enlaçou o silêncio.

Para, sem ferir-me,
cavar uma margem de luz doce em meu peito
e tornar minha alma navegável.

3 comentários:

  1. Nossa Roseana acabei de ligar o computador e recebo três dádivas divinas para alegrar, testemunhar e, sobretudo reverenciar essa tarde chuvosa no Rio de Janeiro: o seu comentário de hoje, esse poema maravilhoso e a mensagem que recebi do SITE do PADRE MARCELO que retribuo como agradecimento.
    Obrigada.

    MENSAGEM
    Necessitamos

    Uma borracha, para apagar de nossa história tudo que nos desagrada.

    Um sabonete, para retirar as marcas das máscaras que usamos no dia-a-dia.

    Uma tesoura, para cortar tudo aquilo que nos impede de crescer.

    Um pássaro, que nos ensine a voar alto e cantar com liberdade.

    Um jarro, para conservar o carinho e amadurecer.

    Um frasco transparente, para conservar os sorrisos. Sem tampa, para escutar o alegre som.

    Lentes, corretoras da visão da vida, que nos permitam enxergar, com amor, o próximo e a natureza.

    Um esquilo, que nos mostre como galgar os ramos da árvore da sabedoria.

    Agulhas grandes, para tecer sonhos e ilusões.

    Um cofre, para guardar as lembranças construtivas e edificantes.

    Um zíper, que permita abrir a mente quando se deseja encontrar respostas, outro para fechar nossa boca quando for necessário, e outro para abrir nosso coração.

    Um relógio, para mostrar que é sempre hora de amar.

    Um rebobinador de filmes, para recordar os momentos mais felizes de nossas vidas.

    Uma balança, para pesar tudo que é vivido e experimentado.

    Um espelho, para admirar uma das obras mais perfeitas de Deus...
    ... nós mesmos!
    Com carinho,
    Angela

    Ah! eu vi o Dr. messias e li a reportagem. Fiquei feliz pelo carinho do crachá.
    É só alegrias esse Clube de leitura.

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  2. Beijos imensos, Ângela e obrigada pelas "dádivas"

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  3. Não precisa agradecer. Foram dádivas mesmo.
    Beijos para você também.
    Ah! perdão pelo nome do Dr. Messias em letras minúsculas. A pressa é a inimiga da perfeição.

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