domingo, 31 de janeiro de 2010

TERESÓPOLIS

Hoje descemos cedinho da casa da minha irmã Evelyn para levar nosso amigo Latuf ao ponto do ônibus. A vista daqui da Cascata dos Amores é deslumbrante. Latuf voltou para Saquarema via Rio das Ostras, corta muito caminho. Veio visitar a minha mãe, doente, mas com uma lucidez impressionante, seus pensamentos cintilam como esmeraldas na noite. Durante o almoço ela disse: - É, estou de saída...
Ela está em paz, sem dor, e isso era tudo o que eu queria. Está em casa, cercada de amor por todos os lados, abraçada, beijada, e nos diz cada coisa linda. É belo e triste ao mesmo tempo, pois como ela mesmo disse, ela está de saída.
Hoje vamos almoçar juntas e amanhã vou ao Rio e São Paulo antes de voltar para Saquarema. Vi toda a exposição dos haicais de barro nas bancadas do atelier da Evelyn, uma maravilha. E penso: só a arte nos justifica.

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

VIAGENS

Muitas viagens pela frente: amanhã vou para Teresópolis ver minha mãe que está muita fraquinha mas completamente lúcida. Levo comigo meu amigo Latuf que se apaixonou pela minha mãe quando a conheceu e disse que ela parecia a Coco Chanel. Minha mãe era estilista e sempre se vestiu maravilhosamente bem. Estou feliz em ter o Latuf como companhia pois cada vez que vou visitar minha mãe e ela está mais fraca, mais magra, volto tão triste que quase não aguento. Vamos sábado a um almoço de aniversário. O Jacob, grande leitor em várias linguas, faz 90 anos e Rivka , sua mulher receberá os amigos. Eles moram em Teresópolis numa casa linda que construiram juntos. Rivka é sua segunda mulher e eles são muito apaixonados. De Teresópolis sigo para São Paulo.
Depois vou para Visconde de Mauá receber meu neto Luis que vem da Espanha. Ainda não sabemos direito quando chegam pois meu filho Guga anda embrulhado nos papéis da imigração, mas a qualquer momento sairá a renovação do seu visto de permanência na Espanha e ele poderá embarcar. A burocracia é estúpida em qualquer lugar do mundo e a Europa anda xenófoba e mau humorada. Desde outubro que meu filho entrou com um pedido de renovação do visto e o que deveria ser concedido na hora, pois ele tem um filhinho espanhol se arrasta por meses a fio. E dando tudo certo em março recomeçamos as Rodas de Leitura aqui em Saquarema e inauguramos o nosso Clube de Leitura.

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

COTIDIANO

Apesar das tragédias do mundo, guerra, miséria, fome, conseguimos construir na casa um cotidiano de muita beleza. Hoje o dia está perfeito: a temperatura totalmente amena, o fogão de lenha aceso (o feijão está cozinhando enquanto escrevo), cozinho todos os dias, é o que me equilibra, as gatas, Nana e Luna dormem esparramadas, Samuel , nosso caseiro corta a grama e Vanda limpa a casa. Juan escreve seu novo livro . Meu olhar atravessa as montanhas lá longe, andorinhas voam e dançam. Escrevo de costas para o mar, de frente para as montanhas. Uma alegria imensa me invade, a alegria de estar viva, de sentir na pele não só toda a tristeza do mundo, mas também toda a felicidade do mundo. Hoje pararia o tempo.

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

COLCHA DE RETALHOS

Recebo um telefonema de Recife: é minha grande amiga Maria Amélia que acaba de lançar um livro lindo pela editora pernambucana Bagaço, Um Tempo Feito de Flores. Maria Amélia trabalha com leitura e prepara uma oficina onde quer mesclar viagens e colcha de retalhos. Queria uma sugestão de exercício. Naturalmente irá passar o belo filme de Jocelyn Moorhouse onde várias mulheres tecem uma colcha de retalhos enquanto relembram suas vidas. Pensei que cada pessoa poderia fazer um breve relato de algum fato interessante que tenha vivido em alguma viagem . Todas juntas farão uma colcha, Maria Amélia levará retalhos, contas, sianinhas, rendas, miçangas e elas colariam os relatos ou até mesmo poderiam escrever no pano. Por coincidência, de aniversário, minha caseira Vanda, meu anjo da guarda, me deu de presente uma maravilhosa colcha de retalhos e todos os dias e todas as horas eu a namoro. Meu quarto ficou lindo, colorido e penso na colcha como um caos armônico onde tudo que descombina se combina e penso na humanidade como uma colcha de retalhos que se move, dança, muda de lugar. E penso no Haiti, essa colcha destroçada com a esperança de que não abandonem o pequeno país cuja única riqueza é a sua gente que sai dos escombros cantando.

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

BÚZIOS E PRAGA

Em 2001 passamos uma semana em Praga. Alugamos um apartamento na frente da Ponte Carlos e me apaixonei perdidamente pela cidade. A dona do apartamento , Zdena, era uma grande leitora e ficamos amigas. Ela me deu um livro de poesia do maior poeta checo, segundo ela: Karel Jaromír Erben. O livro se chama Kytice e tem uma capa linda, um jarro de flores. Olho o livro e ele me leva de volta a Praga e aos dias maravilhosos que aí passamos. Nunca pude ler nenhum poema mas gosto de abri-lo, suas páginas amareladas, sua lingua estranha.
Ontem, domingo, Andrès Cardó , nosso imenso amigo de todas as horas , nos convidou para almoçar em Búzios. Na véspera, ele nos contou, ficou garimpando algum lugar especial e encontrou um café-restaurante-antiquário lindíssimo. Eles não abrem para almoço, mas não há nada no mundo que Andrès não consiga, logo eles abriram a casa só para nós três! Levei o livro. Ivana, a dona e cozinheira se emocionou muito e me contou que sabia de cor vários poemas do poeta Karel, que é um grande, imenso poeta. O título quer dizer um ramo de flores e escolhi ao acaso uma estrofe para ela traduzir. Ela estava toda afogueada de felicidade e me traduziu um pedacinho. Depois, no final do almoço voltou e falou de cor outro trecho de um poema.
A casa é mesmo linda, se chama Baroque Café e parece que estamos em Praga. Foi tudo muito diferente, até o dono, Mike, querendo nos vender relógios antigos ... Mas Andrès está de partida e seu tempo agora é outro, não cabe em nenhum relógio: tempo de despedidas e novos sonhos.

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

CAIM E DEUS

Terminei de ler o livro Caim do Saramago e fiquei surpresa e maravilhada com o final: um golpe de mestre. Juan Arias, meu marido, já havia escrito um livro muito interessante sobre a Biblia: "A Bíblia e seus segredos" ed. Objetiva, onde já falava da injustiça de Deus , por que não aceitara a oferenda de Caim? Caim oferece vegetais, e Abel carne, pergunta Juan, "seria Deus carnívoro?" Não é possível acreditar num Deus que comete tais atrocidades ou que permite o terremoto do Haiti. Portanto, para mim, Deus é outra coisa, nossa mente não consegue imaginar o que seja. Uma força? A nossa força interior? A beleza do universo?

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

CORPO/LIMITES

Em 1993 operei a coluna e minha vida se dividiu em dois pedaços: antes e depois da cirurgia. Fiquei com sequelas terríveis e ao longo de todo esse tempo tive que aprender com os limites. Posso andar muito pouco, tenho dores crônicas que se arrastam por todos estes anos. Mas aprendi a buscar a felicidade possível, o prazer possível nas mínimas coisas. Já que tenho dor sempre, procuro fazer apenas o que amo, aceitar apenas as viagens que meu coração pede e faço do meu olhar corpo. Agora, da janela aberta na frente do computador, vejo dezenas de gaivotas. Seu voo me liberta, elas me carregam para o céu.

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

ÁLBUM DE RETRATOS

Meu filho Gustavo se casou em 2004 com a Patrícia, sobrinha do meu marido Juan Arias. O casamento foi aqui em Saquarema na Pousada Sudoeste. Vieram 40 pessoas de fora do Brasil e foi uma festa inesquecível. Dois convidados fotografaram e no último domingo mostrei os retratos para o meu amigo Latuf. Um álbum é em sépia e Latuf redescobriu uma outra Saquarema, não azul como sempre, mas amarelada, outonal, com ares de carta-guardada-na -gaveta pela avó, esmaecida. Lembro então de um filme muito antigo , um filme tcheco, "Um dia um gato" onde quando uma pessoa mentia o gato piscava os olhos e tudo mudava de cor. As cores vibram, são canais de energia e nossos sentimentos navegam por elas.
Escreveu Latuf:
Todas as pinturas de Saquarema - as que faz o Nelsinho, por exemplo - são azuis, azuis, azuis. Todas as fotografias de Saquarema - as de Gil, por exemplo - são azulíssimas. É como se o azul de Yves Klein inundasse essa paisagem de paz. É como se o "Azur" de Mallarmé aqui encontrasse sua melhor tradução. Meu próprio livro de poemas - "Águas de Saquarema" - tem uma capa azul, feita por Lia Caldas, filha da editora Dulce Tupy. Eu poderia parafrasear a canção francesa, que entoa: "Bleu, bleu, Saquarema est bleue. Bleu est le ciel, couleur de sa mer".
Mas as fotos do álbum de casamento de Guga,filho de Roseana, e de Patrícia, sobrinha de Juan, não são azuis: lá, Saquarema é sépia. É como se fora uma outra cidade. Parece Veneza. Está envolta num manto dourado. Vejo uma Saquarema de sonhos. Descubro uma Saquarema provinda do inconsciente. Surgindo do mais profundo de suas águas, Saquarema está sonâmbula, misteriosa, com véus orientais. Nem de longe, nem num horizonte perdido, há um azul sequer. É uma cidade de outras eras. Arcaica.
Terá ele, o fotógrafo espanhol, redescoberto, como nas navegações do século XVI, uma outra Saquarema, sempre escondida dos olhares mais perscrutadores? Terá ele reinventado uma cidade, cantada em prosa e verso azuis? Que lente mágica terá ele usado?
Acho que ele, o fotógrafo que veio de Espanha, sonhou e fotografou seu sonho.

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

CONTO

Faz muito calor. prometi retomar meu livro de contos de assombro em janeiro, mas com o calor funciono mal. Finalmente ontem me obriguei a sentar e escrever e saiu um conto lindo! É o sexto, terei que escrever mais uns oito! Fiquei tão feliz. Adoro trabalhar sob encomenda. É maravilhoso saber que o que estou escrevendo será publicado, terá leitores, é uma verdadeira dádiva. Agora que vários livros da ed. Miguilim voltaram para as minhas mãos estou trabalhando como agente tentando encontrar editoras para eles. Já tenho quase todos contratados. Essa é outra grande felicidade. A Miguilim foi uma das mais maravilhosas editoras de livros infanto-juvenis do Brasil. Que pena que tenha acabado tão mal. Todos os livros que publicamos juntas são especiais e é uma maravilha que eles possam renascer em outras casas.
Em 2010 completo 30 anos de poesia. Talvez por isso meu corpo seja tão dolorido. Tudo em mim faz pouso. A beleza e o horror.

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

FELICIDADE

Hoje li a última reportagem de uma série que o jornal El País está publicando sobre desenvolvimento pessoal. O artigo era sobre felicidade e trabalho e traduz o que penso desde jovem: mais importante do que tudo é a gente fazer o que ama, o que traz satisfação , felicidade. Se para isso tivermos que reduzir nossos ganhos, é importante saber que sempre necessitamos muito menos do que imaginamos. Nossa sociedade de consumo inventa falsas necessidades. A verdadeira felicidade e bem estar não depende do que compramos. O melhor caminho para sabermos realmente quais são nossas necessidades é o auto-conhecimento, o mergulho em nossas águas profundas, às vezes sufocantes, densas demais, pois somos um feixe de pessoas numa só pessoa . Fazer o que se ama, o que produz felicidade para outras pessoas e para o nosso entorno é a maior dádiva. Escutar o coração é o melhor e mais simples caminho.

sábado, 16 de janeiro de 2010

VERGONHA

Deveria ser expulso hoje mesmo do Brasil o cônsul geral do Haiti em São Paulo, George Samuel Antoine, por ofender cada ser humano do planeta com sua declaração vergonhosa de que a tragédia que já matou no mínimo 100.000 pessoas , podendo chegar a 200.000 pessoas foi boa para o Haiti já que torna o país mais conhecido. Disse também que todo africano carrega uma maldição.
O africano carrega em si toda a música, toda a dança, toda a arte e alegria da Terra. O primeiro homem e a primeira mulher do mundo foram africanos. A ofensa ao povo africano numa hora de tanto horror não pode ser tolerada.

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

CAFÉ COM CHUVA

Acordei às cinco horas da manhã com a música da chuva. Já fazia tanto tempo que não chovia em Saquarema que tudo clamava por água. Fomos para a varanda tomar café e nem um coral de anjos faria nada mais belo do que os acordes da chuva no jardim, no telhado. Era uma água mansa, calma, um presente da montanha. A temperatura desceu muitos graus e o cheiro do mato é inebriante. Um lado de mim caminha na sombra, nos escombros do Haiti, numa dor quase insuportável, o outro se deleita com a beleza das plantas saciadas, com o canto do galo na casa do vizinho, com os ruídos do cotidiano que sempre me acalmam. Assim somos, nosso corpo é pequeno para receber tanta dor e beleza.

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

LILITH E BLIMUNDA

Lendo Caim do Saramago faço contato outra vez com a personagem bíblica de Lilith. Quando era jovem me apaixonei por este belo arquétipo de mulher livre, consciente de seus poderes, dona dos seus desejos, sedutora e misteriosa. Carregava Lilith dentro de mim e era nela que eu buscava forças quando ainda era uma mulher acorrentada. Outra mulher que levei durante anos dentro do meu corpo foi Blimunda, do romance Memorial do Convento também do Saramago. Ela me ajudava a viver, eu também comia do seu pão. Quando conheci Saramago em 1997 em Lanzarote, a minha emoção era a de ter diante dos meus olhos o criador da mulher que eu amava, Blimunda, a que podia ver as pessoas por dentro. Arquétipos nos levam pela mão e nos ajudam a atravessar desertos.

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

LUTO

Morre Dona Zilda Arns, fundadora e coordenadora internacional da Pastoral da Criança. Morre no Haiti, numa das maiores catástrofes de todos os tempos. O Haiti é muito pobre e serão milhares de mortos, há cadáveres pelas ruas, se ouvem gritos de socorro em todos os lugares. Depois do Betinho, irmão do Henfil, Dona Zilda era uma voz clara e limpa, a personificação do bem. Estou triste e o Brasil está órfão, no momento em que mais precisamos de pessoas cristalinas . Que Dona Zilda agora seja nosso astrolábio rumo a um país menos turvo.

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

CALOR E NEVE

Guga, meu filho, Patrícia e Luis , meu neto, vivem em Granada, na Espanha, último reduto dos mouros, no caminho que vai para a Sierra Nevada. Seu edifício é o último e logo depois a estradinha de terra serpenteia montanha acima e a vista é cada vez mais bela. Agora estão quase ilhados pelo frio e a neve.
Em Saquarema, onde vivo, nunca fez tanto calor. O ar é irrespirável, mesmo na frente do mar e o corpo desiste, não tem nenhuma vontade de fazer nada, quase não consigo escrever.
A China está passando o maior frio de todos os tempos e aqui em Teresópolis, onde estou agora, o calor é inacreditável. Chegamos ao fututo previsto? Tenho medo do planeta que deixarei para o Luis, meu netinho de 4 meses e a Kira, minha neta de 5 anos.
Mais uma vez interrompo o livro que estou lendo, o Ornamento do Mundo, para começar outro, Caim, do Saramago. É o Saramago em seu melhor momento, quanta ironia, o absurdo é a sua matéria. O livro é polêmico, pois ele brinca com a Bíblia e suas histórias mirabolantes. Estou gostando. Deixo outra vez por um tempo os últimos mouros em Alhambra, Granada, onde vive meu filho e vou lá para os primórdios da nossa civilização com Adão e Eva.

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

MENSAGEM

Hoje recebi uma mensagem maravilhosa: uma leitora, Nina, me escreve contando o que foi meu livro Classificados Poéticos para a sua vida. Agora ela tem 17 anos e escreve e meus poemas estiveram dentro dela desde os oito anos e condicionaram a sua escrita. Não há nada mais emocionante do que saber que meus poemas andam dentro das pessoas, ressoam como o mar dentro das conchas.
O mar em Saquarema, violento quase sempre, hoje parece um lago. Olho pela janela e sua superfície tão azul me acaricia. Faço do meu olhar jangada, parto para Atlântida.

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

SEGUNDA-FEIRA

Todas as segundas-feiras tomamos resoluções seríssimas qie irão mudar a nossa vida. Mas a primeira segunda-feira de janeiro inaugura algo maior, afinal , há um ano inteiro pela frente: sim, irei emagrecer, serei menos preguiçosa, escreverei mais, caminharei mais, etc,
Comecei a escrever meus poemas de terra para o livro dos quatro elementos. Acho que os poemas estão ficando lindos, parecem quadros. Já tenho a metade do livro, os poemas de água e de fogo. Preciso retomar o livro de contos para minha editora Ana, também falta a metade. Sempre digo que gosto mais de cozinhar do que de escrever. Escrever é duro, árduo, difícil. Cozinhar é tão prazeiroso... Mas a editora não quer pães, quer contos levemente sobrenaturais para jovens.
Terminei de ler a biografia do Chagall. Fiquei muito impactada, retomei minha convivência com a Bella, sua primeira mulher, por quem me apaixonara em 1973 ao ler Luzes Acesas. O livro é impressionante, abarca uma época imensa, é uma verdadeira maravilha. Agora volto para o Ornamento do Mundo de María Rosa Menocal que havia abandonado ao receber o Chagall. Estou também muito impressionada: que época linda a dos omíadas na Andaluzia. Quantas coisas maravilhosas nos deram os árabes. Que cultura tão refinada. Conheci a Mesquita de Córdoba e podemos sentir os ecos daquela época. Fui a Córdoba duas vezes, é linda e perfumada.
Então já içamos as âncoras de janeiro. Grande parte dos visitantes de Saquarema já se foram. Gosto da cidade vazia, o silêncio e os sinos do mar.

domingo, 3 de janeiro de 2010

TRISTEZA

O dia está magnífico, da minha janela vejo toda a mata, as montanhas, os telhados. O galo do vizinho canta, andorinhas fazem ninhos por toda a parte. O mar está lindo, a areia imensamente branca. Mas como um desenho invisível por detrás de tanta beleza, a tragédia de Angra dos Reis e Ilha Grande ecoa. Uma grande tristeza marca as horas.