Meu pai não sabia em que dia nasceu, nem o mês, lá na Polônia.
Então ao chegar ao Brasil, antes da Segunda Guerra, escolheu uma data, porque amava esse país: 7 de setembro.
Meu pai faria muitos anos hoje, não sei quantos, não sou boa em matemática.
Então hoje, uma data onde se comemora o Brasil e o aniversário do Sr.
Lejbus Kligerman, que foi pobre na infância, que viu seu pai ser
assassinado, que passou fome e frio, que se naturalizou brasileiro, que
amava o sol, não há nada a comemorar. Apenas os valores que meu pai me
deixou de herança. Inquebrantáveis.
O Brasil está destruido e algo novo terá que nascer, terá que vir.
São milhões de jovens à deriva, milhões de crianças que recebem migalhas.
São tantas mortes que é quase como se estivéssemos em guerra.
Mas sobreviveremos.
E faço um chamado a todos que como eu trabalham no pequeno, cozinhando arroz com poesia, não vamos desistir.
Roubaram meus sonhos, minhas utopias, minhas esperanças. Mas sobraram alguns sonhos, algumas utopias, algumas esperanças.
Faço um chamado aos poetas, pintores, músicos, ficcionistas, faço um
chamado aos contadores de histórias, esses seres maravilhosos, sempre
equilibrando as palavras com o seu sopro, como malabares, gente do
teatro, cientistas, gente do circo,professores, educadores,
filósofos,não vamos desistir.
quinta-feira, 7 de setembro de 2017
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não resisti e publiquei no meu perfil no facebook
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