quinta-feira, 2 de agosto de 2018

TESOURO

Quando voltava da escola, de bonde, do Colégio Hebreu Brasileiro, na Tijuca, no Rio de Janeiro, na década de 60, gostava de imaginar a vida das pessoas que viajavam comigo.
Hoje, com as Redes Sociais, tantas vidas estão ao nosso alcance, num gênero intermediário entre ficção e realidade, não é um romance que estou lendo, mas o que será? Nem preciso imaginar, já vou entrando em casas, restaurantes, hospitais, cozinhas, quintais, participo de festas, lutos, aniversários, desabafos, de gente que só conheço numa dimensão virtual.
Essa linguagem fragmentada, onde se fala de tudo e de nada, onde tanto nos é mostrado ao mesmo tempo, já faz parte do nosso cotidiano.
Apanhamos aqui e ali, poemas e agressões, na mais alucinante colcha de retalhos.
E o que não queremos mostrar, não queremos dizer, será então o nosso verdadeiro tesouro?

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