sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

CAFÉ COM CHUVA

Acordei às cinco horas da manhã com a música da chuva. Já fazia tanto tempo que não chovia em Saquarema que tudo clamava por água. Fomos para a varanda tomar café e nem um coral de anjos faria nada mais belo do que os acordes da chuva no jardim, no telhado. Era uma água mansa, calma, um presente da montanha. A temperatura desceu muitos graus e o cheiro do mato é inebriante. Um lado de mim caminha na sombra, nos escombros do Haiti, numa dor quase insuportável, o outro se deleita com a beleza das plantas saciadas, com o canto do galo na casa do vizinho, com os ruídos do cotidiano que sempre me acalmam. Assim somos, nosso corpo é pequeno para receber tanta dor e beleza.

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