terça-feira, 5 de outubro de 2010

BARULHINHOS

Ontem fui retomando a casa. Arrumei o malão antigo que é a nossa despensa. Fiz um pão. Fiz o almoço. Chegou Manuela, de quem sou fada madrinha. Manuela almoça comigo três vezes por semana. Comemos todos juntos na varanda. Eu e Juan, Vanda e Samuel, nossos caseiros e a minha afilhada. Há todo um ritual: eu faço o almoço e Vanda faz o café. Depois deitei com a Nana, nossa gata, para descansar, ainda estou no horário da Espanha. Não dormi. Fiquei concentrada nos barulhinhos da casa. O galo cantava no quintal da vizinha e o canto vinha misturado com as vozes das crianças. Vanda lavava a louça e o barulho dos pratos na pia vinha envolto com o som da água. Samuel consertava um banco no jardim e suas marteladas eram ritmadas. O relógio bateu as horas. O mar embrulhava a casa como um tecido de algodão puro. A casa habita o mar . O mar é sua concha.

Agora arrumo os livros que irei levar para Curitiba. Me desejem sorte. Vou falar para 1.200 pessoas. Que medo!

6 comentários:

  1. Mama, que gostoso ler seu blog. Boa sorte, vai ser tranquilo, as pessoas te amam.
    Hoje temos aula de arroz aqui na escola, e amanhã cozinha francesa de bistrô.
    Beijos

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  2. Puxa, que bonitinho o que o seu filho escreveu... quanto carinho.
    Boa sorte de filho é uma TREMENDA BOA SORTE.

    Roseana, você escreveu assim no dia 03 de outubro:
    "Aceitei muitas viagens seguidas, pois eram todas muito interessantes. Espero que meu corpo aguente. Meu corpo às vezes me trai às vezes nos desentendemos. Gostaria de ser feita de luz".

    Bem, Deus nos fez de luz, nós é que esquecemos sempre disso. Para te dar força e muita sorte deixo essa fala de uma religiosa que eu admiro muito:
    Benção

    Tenha sempre presente que a pele se enruga, o cabelo embranquece, os dias convertem-se em anos...
    Mas o que é importante não muda... a tua força e convicção não têm idade.
    O teu espírito é como qualquer teia de aranha.
    Atrás de cada linha de chegada, há uma de partida.
    Atrás de cada conquista, vem um novo desafio.
    Enquanto estiver vivo, sinta-se vivo.
    Se sentir saudades do que fazia, volte a fazê-lo.
    Não viva de fotografias amareladas...
    Continue, quando todos esperam que desista.
    Não deixe que enferruje o ferro que existe em você.
    Faça com que, em vez de pena, tenham respeito por você.
    Quando não conseguir correr através dos anos, trote.
    Quando não conseguir trotar, caminhe.
    Quando não conseguir caminhar, use uma bengala.
    Mas nunca, nunca se detenha!
    MADRE TERESA DE CALCUTÁ

    Roseana!
    Eu queria ser um mosquitinho para ouvir você falar, por que tenho certeza absoluta de que será um sucesso.
    Vá em frente!

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  3. Roseana,
    Que relato bonito: os sons viraram poesia, desde o canto do galo até o barulho do mar.
    Abraços e boa sorte.
    Cida.

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  4. Não precisamos ter medo de falar quando nossas palavras ritmadas acariciam ouvidos alheios !

    Beijos tietes, Iara

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  5. Roseana: adoro Curitiba!!! Tenho certeza que seus ouvintes vão adorar você.Volte e nos conte tudo.Beijos de boa sorte.

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  6. Angela, lindo o que Madre Teresa escreveu, maravilhoso.
    Maria Neuza, adoraram mesmo. Fui ovacionada de pé por 5 minutos. Pensei até que eu era uma cantora de rock!!!
    Iara e Cida, obrigada pelo amor de vocês.

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