terça-feira, 2 de fevereiro de 2016

IEMANJÁ

É muito antigo o mito de uma deusa do mar, o mito das sereias, de uma rainha do mar. A beleza dos mitos que atravessam milênios nos fazem bem.
Um dia, faz muito tempo, fui com Juan Arias fazer uma reportagem para a revista do El País em Salvador, sobre a festa de Iemanjá. Ficamos hospedados no Rio Vermelho e cedinho já estávamos na fila com nossas flores. Era emocionante ver todas as pessoas de branco carregando braçadas de flores e os barcos que iam ficando abarrotados de flores. Era um povo misturado, lindo de ver, gente de todas as cores e de todas as classes sociais. Naquela época, parece, havia menos intolerância com as religiões de origem africana e provavelmente muita gente na fila carregando suas flores nem pertencia ao candomblé ou umbanda, provavelmente havia ali gente de muitas religiões diferentes para homenagear Iemanjá. Havia respeito, emoção, devoção e certamente sonhos e desejos amarrando as flores. Porque são as emoções e sonhos e desejos que empurram nosso barco da vida para longe. Com as bênçãos do vento e de Iemanjá e de tudo que exala beleza.

Nenhum comentário:

Postar um comentário