segunda-feira, 17 de outubro de 2016

CACHOEIRA; BAHIA; FLIQUINHA

Poucas cidades me impactaram tanto quanto Cachoeira na Bahia. Já do aeroporto até lá, o verde enche nossos olhos. Assim é o Recôncavo, diz o motorista que me buscou em Salvador. Passei por dentro de Santo Amaro. Ao chegar na cidade, já a Pousada, dentro de um antigo convento, dá vontade de chorar de tanta beleza. O casarão de 1765 impressiona.
Saí andando e o casario e o rebuliço de gente me deixou extasiada.
A Flica e a Fliquinha fazem a Festa Literária mais bonita do mundo. Gente se apresentando na escadaria da Igreja, o Projeto ler na Praça com centenas e centenas de livros para quem quiser ler, seu Museu do Cinema, uma preciosidade, com Roque Araújo, que foi câmera de todos os filmes de Glaber Rocha, memória viva do cinema brasileiro, que atende cada pessoa como se fosse única, as barracas vendendo livros e comidinhas, a casa poesia do poeta Damário da Cruz, que já se foi para as estrelas, mas deixou sua poesia inscrita em Cachoeira.
A cultura negra corre forte junto com o rio Paraguassú e infelizmente não tive tempo de visitar nenhum quilombo. A Flica levou grandes nomes. A Fliquinha era uma alegria só. E havia povo na rua. Uma festa nada elitista: para todos.
Minhas duas apresentações foram lindas. Com as crianças, e a plateia estava lotada, num espaço maravilhoso, dentro do cinema. À noite, com os adultos, houve um entrelaçamento de magias. Passamos o vídeo Visita à Casa Amarela, do Caó Cruz Alves, que está no meu site e depois fui falando meus poemas, contando a construção de cada livro e ninguém queria ir embora. Um jovem que veio de longe falou seu poema que era a síntese perfeita de tudo o que havia acontecido.
Para o meu livro Abecedário (Poético) de Frutas pedi que me dessem alguma memória afetiva de uma fruta da infância. Muitos me contaram e um dos que havia falado, de repente me deu um pote de tamarindo cristalizado sem saber que tamarindo era a fruta querida da minha infância, já que eu andava pela Alameda Engenheiro Richard no bairro do Grajaú, apaixonada pelas árvores de tamarindo e suas frutinhas que catava no chão. Como ele poderia saber?  Pura poesia.                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                        

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