domingo, 6 de dezembro de 2009

INFÂNCIA PERDIDA

Leio hoje no O Globo: crianças de 5 anos já vão ao cabelereiro fazer escova, pintar as unhas, fazer depilação, já usam sutiã com enchimento. O que é isso? Com 5 anos crianças podem brincar de adulto, vestir as roupas da mãe, podem usar adereços como fantasia, mas não podem ser adultos. A infância tem que ser vivida como infância, a imaginação como bússola. Crianças não são adultos nem adolescentes. Isso é um crime cometido por nossa terrível sociedade de consumo. A mãe e o pai deveriam estar atentos e ser guardiães da infância , estimular brincadeiras, contar histórias. Tudo tem a sua hora e não devemos queimar etapas, o preço da infância perdida é muito alto. A criança que não brinca será um adulto muito triste.

Hoje recebo uma visita muito especial: meu filho André. Quando era criança André subia em árvores, soltava pipa, era inventor, construia casas nos lugares mais inesperados. Hoje, Chef de Cozinha, André leva a vida com alegria e surpresa. A cozinha é o seu brinquedo . Amanhã Juan Arias, meu marido, fará uma paella para o André.

Guga, meu filho músico me telefona de Granada: acabou a sua turnê e já está em casa. Luis, meu neto que fez 3 meses, adorou tudo, na sua primeira excursão musical. Guga deve vir ao Brasil em fevereiro.

Evelyn kligerman, minha irmã, faz anos dia 13, semana que vem. Vou a Teresópolis e no dia 12, festejaremos junto com a Júlia, minha sobrinha, no restaurante russo comendo um banquete imperial. Dia 13 haverá um almoço na casa da minha mãe que está muito bem, sem dores, com seu novo remédio, um adesivo de ópio. Está lúcida e feliz, cercada de afeto por todos os lados , nesse momento de despedida. Ela sempre me diz: tive uma vida tão linda, minha vida daria um livro. Claro, todas as vidas dariam um livro...

2 comentários:

  1. Bom dia Roseana! Compartilho com você esses questionamentos sobre a infância. Nossa sociedade tem sido extremamente perversa com as crianças e jovens estimulado-os a uma experiência de vida inadequada para suas idades.
    Como sensibilizar as famílias para esta realidade? O que mais teremos que assistir que venha a convenser pais e mães a tratarem seus filhos como crianças e jovens nestas fases de suas vidas?
    Um grande abraço desta que é sua fã.

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  2. Maisa: acredito sempre que temos que trabalhar no pequeno, tentar mudar o nosso entorno, porque , como uma pedra que move a água no lago, as boas experiências se prepagam. Beijos e obrigada por ser minha leitora! Roseana

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