Voltei para a vida aos pouquinhos depois da cirurgia na coluna. O Dr.Schiattino retirou um cisto do tamanho de uma bola de gude que estava pressionando os nervos. Colocou uma prótese de titânio no lugar de disco com quatro parafusos e acordei na U.T.I intermediária, uma das piores experiências que já tive. Com oxigênio, sonda , remédios fortes na veia e a pressão muito baixa. Achei , pela primeira vez , que ia morrer e não era bom. Passei por outras experiências limites, mas era como um sono, como dormir devagarinho. Desta vez não. Não sei explicar. Dentro de mim era vazio, era horrível. Mas no fim do dia fui para o quarto, tiraram as tralhas e foi tudo melhorando. Meu quadro de pressão baixa mudou e eu já ia aos pouquinhos me encontrando.
A dor era só no corte.
Tive alta e vim para a casa da Monica, este casarão de cem anos que me abraça. Pouco a pouco vou melhorando. Ontem já caminhei. Mas ontem foi o dia mais lindo e louco da minha vida!
Amigos, irmão e cunhada, chegaram, todos foram chegando. E meu filho, mulher e neto e minha neta-cachorra Luna que eu não conhecia. Os três cachorros não gostaram muito. Foi uma adaptação difícil, mas agora está tudo em paz. E de noite dormimos todos no mesmo quarto! Primeiro meu neto amou a cama de hospital e quer uma igual. E na cama dormiu a família inteira com a Luna, minha irmã no chão e eu na cama de hospital . Nunca estive mais feliz!!!! Queria dormir assim para o resto da vida!!! Todos os que amo dividindo a noite e os sonhos. Meu neto amou o acampamento. E eu que sou uma vovó tão apaixonada entrei na brincadeira.]
Hoje, eles se vão. Mas logo o médico me dará alta para voltar para casa e depois aos dois meses alta para viajar. E as dores malucas desapareceram. E eu já sei quem sou novamente. Roseana poeta, que apesar de 20 anos de dor contínua, conseguiu levar a vida com humor, força e alegria. Claro que a poesia e os livros foram sempre o meu suporte.
Agradeço a todos que rezaram por mim, que pediram aos deuses , ao Universo, que me ajudaram com seus pensamentos maravilhosos de cura.
Poderei andar novamente, ir à praia, caminhar um pouco na montanha, andar de triciclo em Saquarema (meu sonho total de consumo).
Agradeço aos anjos que ainda estão cuidando de mim: Monica com seus três cachorros, Letícia com seu grande amor, Dora com suas comidas maravilhosas e minha irmã Evelyn que largou tudo para ficar comigo.
Agradeço ao Juan, meu grande amor. Conviver diariamente com alguém com dor crônica não é fácil.
E la nave va. Com alegria.
domingo, 8 de fevereiro de 2015
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário