domingo, 17 de julho de 2016

CLUBE DE LEITURA NA MONTANHA

No dia 16, sábado, minha pequena casa no alto de uma montanha, em Visconde de Mauá,  quase explodiu de poesia.
Uma vez por ano, no inverno nos reunimos aqui. Para sentir frio, para celebrar a vida e a literatura, com comida e vinho.
Verdade que ontem o inverno não apareceu. Fazia até um pouco de calor.
Começamos com os dois poemas dos dons do Borges e seus acordes maravilhosos fizeram com que a emoção envolvesse a sala e cada um de nós.
Lemos em voz alta o conto O Outro do Borges e Suzana Vargas falou sobre a diferença entre literatura fantástica e do absurdo e todos falamos dos nossos "outros", os que nos habitam desde a mais longínqua infância.
Falamos de Clarice e seu magnífico conto Felicidade Clandestina. Do conto como um rito de passagem. Da crueldade infantil, da crueldade do ser humano, da bondade. Da relação erótica que o leitor apaixonado tem com os livros que lê. Cada um falou de que maneira toca o  livro.  Ana , como bibliotecária do Sesc Teresópolis, falou do ciúme que tem dos livros que empresta.
Passamos para Teibele e seu Demônio do Bashevis Singer , conto delicioso, saboroso, triste e alegre, o "demônio" que sabe tocar Teibele, com suas carícias e histórias, que a desperta para o amor.
E A Balada de Adam Henry , de Ian McEwan, com o Clube cheio de advogados, Chico, Hélio, André, Christiane e um médico,Dr. José Augusto Messias, foi uma discussão maravilhosa .
Durante o almoço os advogados continuaram discutindo a questão de não se poder fazer transfusão de sangue em Testemunhas de Jeová. E Messias relatou vivências terríveis nos hospitais envolvendo esta questão.
O meu filho Chef André Murray preparou uma feijoada e nos cedeu uma funcionária, a Lurdinha, para ajudar .
Como num teatro, transformamos todos juntos a sala num restaurante para vinte e duas pessoas, pois chamei amigos daqui e a família para comer com a gente.
Dani, minha nora Chef confeiteira preparou uma torta sacher de sobremesa. Cantamos parabéns para a Bruna, aniversariante de julho.
E fomos felizes para sempre.
Nosso próximo encontro será dia 8 de outubro e vamos ler Como a Água que Corre, da Marguerite Yourcenar e cada um deve trazer um poema do Murilo Mendes. 

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