quarta-feira, 30 de novembro de 2011

UM ANJO EM SÃO LUIS

Domingo à noite subimos a escadaria do Largo dos Amores e fui me apaixonando pelos nomes de ruas que encontrei em São Luis: Rua da Inveja, Praça da Alegria, Rua da Estrela, Rua do Giz.Fomos visitar duas casas de Reggae : Chama Maré e Trapiche. Era muita gente. Apesar da polícia estar em greve não senti nenhum clima de violência e nem medo no ar. São Luis é a capital nacional do reggae.
Segunda-feira cedo fomos para o Centro Histórico. Embora esteja em estado precário, muito diferente de quando vim aqui em 1990 quando estava recém reformado, é lindo de chorar. O nome de um sebo: POEME-SE. O lugar que se chama Praia Grande é um imenso poema...
Tomamos café da manhã com a grande escritora Luzilá Gonçalves, foi muito boa a nossa conversa. Evelyn, minha irmã, agora vai dar a sua ofina de leitura e barro para famílias.
Às 18:30hs vou falar na Feira de Livros. Depois da minha conversa voltaremos para o Centro Histórico onde há um encontro de terreiros . Haverá um show. Agradeço esta oportunidade. E amanhã, casa.

Já em casa:

Fabiana, em São Luis do Maranhão, foi o nosso anjo colorido, quem nos levou para lá e para cá. É tão bom ter um anjo ao alcance da mão...
A minha conversa em São Luis foi informal e o público, muito pequeno, era lindo. Revi um poeta que havia conhecido em 1990 e ele continuava sendo meu leitor, fiquei muito emocionada mesmo. É tão bom saber que a gente vai deixando pedrinhas iluminadas pelo caminho...

A Feira do livro era dedicada ao poeta José Chagas, de belíssima poesia:

O Apito do Passado

O Mearim derrama na distância

uma água que em sonhos nos invade,

como fio invisível que se lance a

separar em duas a cidade.


E essa água vem banhar sem que se canse a

vida inteira que no rio nade,

porquanto água de amor que lava infância

lava também velhice e mocidade.


Mearim — rio velho e rio novo,

alegria e aflição de um mesmo povo —

um mar se afoga nos mistérios teus.


Mas preservas em ti, para Pedreiras,

vibrando no ar, o apito das primeiras

lanchas que nos deixaram seu adeus.

3 comentários:

  1. Nossa, que viagem linda, bem como o nome do SEBO.
    Mas já que você falou em casa, eu vou deixar um poema seu trabalhado pela máquina de quadrinhos. Os desenhos são turma da Mônica. Encontrei por acaso na INTERNET e amei.
    Você vai se emocionar tenho certeza.
    FELIZ REGRESSO.
    Angela


    A Casa é uma coisa,
    Mas é coisa de gente.
    Bicho também tem casa,
    Mas é bem diferente.

    Tem bicho que traz sempre consigo,
    o que serve de casa, de lar, de abrigo:
    Casa-casco, casa casca, casa concha
    Jabuti, caramujo, caracol, ostra.

    Alguns procuram abrigo,
    pra fugir do calor, do frio, do perigo...
    na sombra, na caverna, ou na toca,o leão, o urso, o coelho,
    e na terra vive a minhoca...

    Tem outros que puxam, fiam, roem,
    aproveitam pedaços, fazem, põem,
    constroem...colméias, teias, ninhos
    abelhas, cupins, aranhas e passarinhos...

    Até as coisas podem ter casa, mas é sempre estranho:
    Casa da moeda, casa de máquinas, casa de banho.
    Botão também tem casa, mas não mora...
    Logo que entra já fica de fora.

    Em casa de gente, a gente entra e fica...
    na hora que quer ou que precisa.
    Casa é para onde a gente volta...
    Antes, depois ou agora...
    Roseana Murray

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  2. Então eles fizeram uma releitura de um poema do meu livro CASAS! E eu nunca soube. Obrigada, Angela!

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  3. Ah! tudo bem, mas vou levar para você o que eu imprimi.
    Angela

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