Ontem veio o vento. De repente entrou cantando num redemoinho, varreu a varanda, encheu a varanda de folhas, virou o mar do lado do avesso, trouxe a chuva.
Em nosso encontro de sábado , do Clube de Leitura, Ronaldo cantou um poema do Manuel Bandeira que amo de verdade. Aliás amo tudo o que ele escreveu. É um dos poetas da minha vida:
CANÇÃO DO VENTO E DA MINHA VIDA
O vento varria as folhas,
O vento varria os frutos,
O vento varria as flores...
E a minha vida ficava
Cada vez mais cheia
De frutos, de flores, de folhas.
O vento varria as luzes
O vento varria as músicas,
O vento varria os aromas...
E a minha ida ficava
Cada vez mais cheia
De aromas, de estrelas, de cânticos.
O vento varria os sonhos
E varria as amizades...
O vento varria as mulheres.
E a minha vida ficava
Cada vez mais cheia
De afetos e de mulheres.
O vento varria os meses
E varria os teus sorrisos...
O vento varria tudo!
E a minha vida ficava
Cada vez mais cheia
De tudo.
Manuel Bandeira
quarta-feira, 22 de julho de 2015
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