domingo, 9 de agosto de 2015

DIA DOS PAIS

Se eu tivesse que dar um presente para o meu pai, se ele fosse vivo hoje, daria um livro. É maravilhoso eu ter a certeza absoluta de que para ele um livro ou um disco de música clássica seriam os melhores presentes. Meu pai era auto didata, se alfabetizou sozinho, já que veio da Polônia com 14 anos sem falar nenhuma palavra de português. Ele me apresentou aos escritores russos. Meu pai foi um comunista simpatizante , mas quando a Russia invadiu a Checoslováquia ele rompeu com seus ideais de juventude. Ele prezava a liberdade acima de tudo e Stálin já havia sido um osso duro de roer. Então ele me deu de presente este amor total ao que é livre, ao que é justo. Por isso abomino regimes autoritários. O que ele me deixou quando foi embora em 1985 é mais sólido do que uma montanha. Herdei valores. Eu o carrego cada dia em todos os pequenos gestos que faço e ele que era tão grande, se acomodou perfeitamente entre meus ossos. Lejbus Kligerman, era seu nome.

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