terça-feira, 5 de junho de 2018

FEIRA DE TERESINA

Cinéas Santos me diz: "Dona Poeta, a senhora não se pertence".
E não me pertencendo vou ao encontro dos meus leitores em Teresina.
William Amorim disse, em sua fala, que as Feiras de Livro são um gol contra a bárbarie.
E são mesmo um espaço de resistência a todo o horror que nos assola, a toda a falta de pensamento. Nas Feiras de Livro as ideias circulam e hoje, em nossa sociedade do abandono, das falsas notícias, da velocidade inútil, da falta de memória, há que parar e ler e ouvir. Ouvir o passado para que horrores não se repitam.
Sabemos que as Feiras se fazem com pouco patrocínio e muita tenacidade. E ainda bem que resistem a toda essa barbárie que pouco a pouco nos devora.
Nunca as Feiras de Livros, por menores que sejam, significaram tanto.
Ontem comecei a ver um documentário indiano sobre uma escola para filhos de intocáveis. Entram na escola com 4 anos e saem com 17. Suas vidas seriam perdidas. Mas a educação completa que recebem, além de dança, teatro, música e literatura, é a ponte para outra vida. Ser intocável deixa então de ser um destino, como no Brasil o destino de milhões de crianças e jovens seria outro com esse tipo de educação que dá ao ser humano a chance de ser um humano melhor.
Então vou ao encontro da minha crença. Que não é religiosa. A minha crença na Literatura e seu poder de transformação.

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