Ontem nos encontramos, os irmãos, para falarmos da nossa mãe. Era a cerimônia judaica da "Descoberta da Matzeiva". Falamos da sua bondade, do seu amor, da sua irreverência. Não foi uma cerimônia triste, não choramos, a sua lembrança flutuava sobre nós com imensa beleza, nossa infância subitamente palpável. Tudo tão perto e tão longe: o bairro pacato em que vivíamos, a casa dos tios, dos avós. Minha mãe gostava de dançar e até o fim da sua vida, enquanto a doença deixou, ela ligava o rádio e dançava sozinha na sala.
Ontem vi um belo filme, "Entardecer", com a Vanessa Redgrave: uma mulher, em seu leito de morte, relembra o passado que nunca compartilhou com as filhas e faz as pazes consigo mesma . Nos últimos meses de vida da minha mãe, ela recordava apenas os belos momentos, os namorados, as festas, o princípio do seu casamento e dizia: - eu era tão feliz...
segunda-feira, 20 de junho de 2011
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