quinta-feira, 23 de junho de 2011

TELHADOS

Acordo muito cedo, às 5hs, no máximo às 5:30hs e ainda é noite. Arrumo a mesa do café e adoro ouvir a noite indo embora.

TELHADOS

Gosto de ouvir
a primeira gota de luz
pousar de leve
nos telhados:
pouco a pouco
vai pintando o mundo
de azul e dourado.

Acordam os pássaros
de todas as cores,
bem-te-vis, andorinhas,
sabiás,
e de todas as notas
musicais,
depois acordam os gatos
acariciando os telhados.

Então o dia começa
com seu carrocel de ruídos
e eu bebo café com nuvem.

in Caixinha de Música, ed. Manati.

4 comentários:

  1. Meu Deus somente alguém inspirado por uma força muito maior pode escrever tão docemente assim.
    Caramba, que poema lindo.
    Ontem ao terminar um passatempo chamado “DUPLEX” que é composto de um “QUADRO” e um “DIAGRAMA” do livro de palavras cruzadas saiu esse escrito de João Paulo Cuenca:
    “Quando escrevo, dou um nó nessa folha em branco, torço o papel, crispo os dedos até que escorram as palavras.”
    No momento em que li achei um pouco pesado. Claro que depois eu entendi mais ou menos o que ele quis dizer, mas ao ler esse seu poema, eu não vejo você torcendo a folha e nem crispando os dedos.
    Acho que a sua forma de escrever é mais suave e as palavras escorrem, da mesma maneira.
    Se eu estiver errada, por favor me explica.
    Bjs,
    Angela

    23 de junho de 2011 17:29

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  2. Angela, o ato de criação é um mistério. Melhor não tentar explicar! Mil beijos, Roseana

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  3. Com certeza não pensei nisso.
    Obrigada,
    Angela

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  4. Este comentário foi removido pelo autor.

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