quinta-feira, 14 de julho de 2011

PEQUENO POEMA INFINITO

Quando morei em Madrid, em 1998, comprei de presente para meu amigo José Mauro Brandt um pequeno livro de conferências do Lorca que se intitula "Como canta uma cidade de novembro a novembro". Foi o ponto de partida para que anos depois nascesse o espetáculo Pequeno Poema Infinito em que Zé Mauro é no palco um Lorca perfeito , de corpo e alma. O espetáculo é maravilhoso e continua viajando pelo Brasil. Fiz a tradução dos textos do Lorca muito artesanalmente, totalmente possuída pela música e essência das suas palavras. Às vezes encontrava uma palavra desconhecida e nem o Juan sabia, então eu telefonava para o meu filho Guga,que mora em Granada e ele telefonava para um amigo cigano e pronto, me devolvia a palavra.

"Temos que amar a lua sobre o lago da nossa alma e fazer nossas meditações religiosas sobre o abismo magnífico dos crepúsculos abertos...porque a cor é a música dos olhos...

Há que sonhar. Pobre daquele que não sonha, pois nunca verá a luz...

Compreendo que tudo isso é muito lírico, demasiadamente lírico, mas o lirismo é o que me salvará diante da eternidade

Me sinto cheio de poesia, poesia forte, simples, fantástica, religiosa, má, funda, canalha, mística. Tudo, tudo.Quero ser todas as coisas. Bem sei que a aurora tem a chave escondida em bosques raros, mas eu a saberei encontrar."


Federico Garcia Lorca, in Pequeno Poema Infinito, roteiro de José Mauro Brant e Antonio Gilberto,Imprensa Oficial.

2 comentários:

  1. Essa é a prova de que os poetas semeam sonhos.

    Sou muito grato à Rosena por toda a poesia que ela trouxe pra minha vida.
    Que a sua poesia continue plantando sonhos nos leitores, esses que acreditam que a poesia pode seu adubo para se viver melhor..

    Com todo o meu amor

    José Mauro Brant

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  2. Zé Mauro: você é muito importante na minha vida. É um amor de raíz.Obrigada por existir.

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