quarta-feira, 13 de julho de 2011

RASTRO DO PASSADO

a vela ainda acesa
acordo e vejo
tremula a chama, o ar
quase sem fôlego
do cine do seu mini-
incêndio clama
pedindo sopro a quem
perdeu o sono
almeja se extinguir
mas não há como
se o ar que há circula
internamente
pra que a memória justa
emerja à mente
e aumente o mal sonhado
que pressente
o rastro do passado
no presente

ARNALDO ANTUNES

Como é que chama o nome disso -Antologia ,ed. Publifolha



Há no presente
sempre
um rastro do passado
o presente constrói
sobre escombros
sobre fumaça
constrói com fogo
e água
pedras gastas e minerais
ainda não descobertos
o presente incerto
que no mesmo instante
se gasta
e vira passado
mas é com o avesso
que se escreve
com as linhas tortas
das entrelinhas

ROSENA MURRAY
inédito

Copiei o poema do Arnaldo Antunes e a partir da imagem dos rastros do passado,a partir do seu poema, saiu o poema acima, agora, nesse instante.
O blog me coloca, todos os dias, diante de uma página em branco.Diante da tela em branco. Nunca sei o que vou escrever, e o poema que acabo de fazer é uma surpresa. Quem é que escreve dentro de mim?

4 comentários:

  1. Roseana: quem escreve dentro de você? Um espírito livre e inspirado...beijos admiradores.

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  2. Este comentário foi removido pelo autor.

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  3. Minha nossa todos os psicólogos, terapeutas e pessoas que se preocupam sinceramente com outras pessoas deveriam ler esse poema. Há mais coisas nas entrelinhas, que você mesma não imagina.
    Provavelmente um espírito de luz extremamente inspirador deve ter estado ao seu lado iluminando o que você escreveu.
    Parabéns, e muito obrigada por nos deixar compartilhar esse instante de criação tão importante.
    Com emoção,
    Angela

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  4. Obrigada meninas, sou privilegida: tenho vocês duas como leitoras.

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