sábado, 1 de dezembro de 2012

CAMPOS

Hoje vou a Campos. Minha avó que hoje teria uns 130 anos se fosse viva, não reconheceria a cidade. Nada deve ter sobrado do casarão onde morava, da cidade pequena e pacata onde chegou, jovem, com seus filhos, da Polonia. Havia uma comunidade judaica na cidade. Tenho vagas lembranças, quase uma fumaça. Lembro de mim na cozinha com minha avó, ela limpava carne e dava pedaços para o seu gato e eu achava a cena lindíssima. Lembro de um quintal com árvore de carambola e me sentavam debaixo da árvore e meu primo, muito mais velho, subia na árvore e me jogava as frutas. Minha mãe me contava da sua juventude em Campos, dos bailes, das amigas, dos namoros antes do meu pai. Antes de morrer minha mãe gostava de visitar Campos em pensamento, com seus dezoito anos, e me falava : _"eu era tão namoradeira"!
A última vez que fui a Campos fiquei chocada. O que o petróleo conseguiu fazer com a cidade! Mas há uma notícia maravilhosa, os próximos contratos do pré sal deverão destinar os royalties para a educação. Há que investir em conhecimento , literatura e arte e não em calçadas de mármore ou inchar a lista de funcionários públicos pagando com o dinheiro do petróleo. Ou deixar que os royalties escorram como esgoto para os ralos da corrupção. Dinheiro dos royalties para a educação. Comemoremos. Pois até aqui não temos muito o que comemorar.

2 comentários:

  1. Faça uma belíssima viagem Roseana. Que Deus acompanhe vocês. Traga muitas novidades.
    Tomara, vou torcer, para que o próximo encontro seja aqui no RIO DE JANEIRO e, ah!ah!ah! de preferência no lugar em que moro.
    Bjs
    Angela

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