Nosso
encontro do Clube de Leitura da Casa Amarela, ontem, dia 22-02-14, foi cheio de
alegria e surpresas maravilhosas. Recebemos
gente nova. Jurema e Caroline, professoras, vieram de São Paulo! Viajaram a
noite inteira para estar aqui. Fiquei muito emocionada. Vieram também, pela
primeira vez, José Prado, editor, Miriam,que também foi minha editora e duas
alunas da Estação das Letras. Temos assim, um grupo bem heterogêneo bem variado: Contadores, advogados, um
vereador, professores, uma agente de viagens, uma ex diretora de escola, um
arquiteto e escultor. Talvez seja esta diversidade o que torna o grupo tão
interessante. As primeiras a falar sobre o livro Alguém para Correr Comigo, do
israelense David Grossman, foram Maria Clara e Leila . Maria Clara disse que de todos os livros
lidos no nosso Clube, esse tinha sido o que ela mais gostou. Leila falou que se
viu adolescente, com todas as indagações, questões existenciais, oscilações de
auto-estima próprias desta época. E
acrescentou que achava que todos sentiram o mesmo. Hector leu algumas frases do
livro em hebraico para que todos pudessem ouvir a sonoridade da língua original.
Maria Clara ressaltou o tempo da narrativa, super interessante, os personagens
estão sempre em tempos desencontrados e seus tempos só se encaixam no final.
Várias pessoas leram trechos belíssimos do livro e falaram que é um livro
policial, é um livro de amor ,e principalmente de amizade. Amizade da irmã pelo
irmão, o que leva a personagem Tamar a viver situações limite, colocando várias
vezes sua vida em risco. A cadela Dinka que leva Assaf a conhecer lugares e
pessoas estranhas foi para muitos, a personagem principal. Uma trama toda
picotada, um verdadeiro quebra cabeça onde pouco a pouco as peças vão se
encaixando. Falamos da gruta para onde Tamar leva o irmão como lugar de
renascimento. Falamos da capacidade maravilhosa de Tamar para ouvir.Da sua
capacidade de ser para cada pessoa o que a pessoa precisava que ela fosse.
Todos falaram do ritmo vertiginoso do livro . Todos falaram do começo do livro,
confuso e difícil. Felipe falou que o livro é cheio de silêncios. Caroline
disse que esperava um final mais mágico, menos real, eu discordei e disse que
achava que o final era perfeito. Felipe disse que concordava com ela. E que eu
tinha o péssimo hábito de maltratar as pessoas que vinham pela primeira vez. Ele
disse que com personagens tão bizarros e situações inusitadas ele também queria
um final mágico. Juan disse que a vida sempre supera a ficção e que a história
de cada um é sempre extraordinária. Hélio falou que ficou surpreso de que Jerusalém,
a mítica cidade , tivesse este submundo apresentado no livro. Juan lembrou que
cada cidade tem várias camadas, várias cidades na mesma cidade. César disse que
Tamar lhe parecia um espírito muito iluminado. Todos nos apaixonamos pela
Freira Theodora.
Enfim, todos
amaram o livro. Nossas discussões são feitas com o coração.
Ângela
trouxe para o Samuel, nosso jardineiro e ouvinte assíduo das discussões, de presente
de aniversário, já que era seu aniversário, uma camiseta preta com o desenho da
casa amarela com o título do clube. A camiseta era tão linda que todos morremos
de inveja!
E o almoço
foi servido no fogão de lenha, tudo preparado pela Vanda e sua filha Aline: Salada
verde, maionese de batata, arroz de forno e abóbora com carne seca. Pães com
azeite. Flora trouxe dois pães integrais magníficos Eu fiz um pão branco com a
mão esquerda somente. Tudo regado a espumante, vento do mar e alegria. Brindamos
ao Samuel, que cuida do nosso jardim desde 2002 e prepara a casa para receber o
Clube. Com uma torta maravilhosa cantamos parabéns para ele e nosso próximo
encontro será dia 12 de abril com os
livros A Tempestade de Shakespeare e Anedotas do Destino da Karen Blixen.
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