quarta-feira, 11 de março de 2015

GRITO DE GUERRA

O Brasil anda em pé de guerra. O momento é muito delicado. Escuto gritos de guerra e gostaria de me posicionar. Porque um político disse que era preciso dar porrada nos burgueses. Um ex Presidente diz que é preciso botar o exército dos Sem Terra nas ruas.
Tenho amigos de todas as idades e de todas as cores. De todas as camadas sociais. Da Classe A a Classe Z. E de todos os matizes políticos . Pois entendo que qualquer ser humano, desde que respeite o seu semelhante tem direito de pensar do jeito que quiser. Tenho 64 anos, brasileira, profissão poeta, branca, burguesa, de elite. Já que tenho casa própria, seguro de saúde e posso comer e viajar. Não sou consumista por filosofia de vida. Prefiro usar o que ganho para ajudar quem posso. Na nossa casa empregamos um casal. Ele é diarista, jardineiro e vem duas vezes por semana. Samuel, um ser humano maravilhoso. Ela é a nossa caseira,Vanda. Trabalha meio expediente, mas ganha mais que o salário mínimo. Além dos encargos, todos os meses deposito seu FGTS. Nossos empregados comem na mesa com a gente e trabalhamos num esquema de cooperação.  Sofremos, eu e meu marido, de empatia crônica. Todos que nos conhecem sabem disso.
Mas como sou branca, burguesa e de elite, e discordo completamente do Governo em ação e do seu tom belicoso e estridente, mereço levar porrada. 
Sou pacifista. Prego o entendimento. A delicadeza em todas as esferas. Claro que eu seria hipócrita se dissesse que falamos a verdade o tempo todo. Mas há limites para a mentira e para o engano.
Não gosto deste clima de guerra e de ver  quem não pensa como eu como um inimigo a ser exterminado. Tenho horror, por motivos genéticos, da palavra extermínio.

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