A ed. FTD fez uma edição nova do meu livro Manual da Delicadeza. São as mesmas ilustrações da Elvira Vigna, mas o formato é diferente. Antes era um livro comprido e agora é um livro pequeno. O tamanho do livro mudou a minha percepção das ilustrações. O livro diminuiu e elas cresceram muito. E os poemas cresceram junto.
A nossa sociedade hoje está crispada, tensa, violenta. Nada delicada. O século XXI é duro, com guerras por intolerância religiosa. Jovens desertam de suas vidas, de seus países, para ingressar em movimentos terroristas que matam da maneira mais cruel, destroem, nos levam para as ruelas inundadas de sangue da antiguidade.
Há uma falta generalizada de delicadeza. E ela é o exercício mais necessário para que possamos exercer a nossa precária humanidade que se inaugura quando me reconheço no outro mesmo que ele seja diferente.
A intolerância e a brutalidade tornam a vida áspera.
Uma parte do país foi para as ruas defender o Governo e felizmente tudo aconteceu em paz. Hoje outra parte sairá para protestar e esperemos que tudo ocorra em paz. Todos, cada um de nós, tem o direito de pensar de uma maneira ou de outra. Sem bombas ou destruição.
MOINHO
São as águas
da delicadeza
que movem o mundo.
Uma palavra amorosa,
um gesto,
uma carícia,
fazem a Terra
mais azul
e mais leve,
trazem à pele
a memória mais antiga:
Também somos um grão
de estrela e de infinito.
domingo, 15 de março de 2015
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