A poesia cura? Não radicalmente, mas pode ajudar muito! Minha sobrinha Julia Kligerman, psicóloga, tinha uma paciente que não lhe dava nenhum acesso, nenhuma via de comunicação. Não sei qual era o seu caso, mas através do meu livro Abecedário (Poético) de Frutas,ed. Rovelle, a paciente começou a falar, pois se apaixonou pelas frutas, pelos poemas e imagens, pelo livro.
Já soube de alguns casos parecidos de psicólogos que usam meus poemas.
A poesia tem o dom de mover conteúdos e sentimentos dentro da gente de uma maneira muito rápida e eficaz.
Soube até de um Professor de Psicologia que na Universidade deu um poema do meu livro Poemas de Céu, ed. Paulinas, para discussão.
Eis o poema:
BURACO NEGRO
Essa coisa esquisita
que às vezes
a gente sente,
como se tivesse
um pedaço faltando,
essa vontade que se tem
de não se sabe o quê,
esses abismos que nascem
repentinamente,
esses buracos
negros do céu
dentro da alma da gente.
A propósito deste poema: num dia longínquo, da década de noventa do século passado, fui autografar livros dentro de um Supermercado em Recife. Era uma experiência piloto.
Muita gente passava pela minha mesa cheia de livros comigo sentadinha atrás, e nem parava, às vezes nem olhava. Mas uma mulher parou , pegou o livro com o poema acima, numa outra edição, com outro título (na nova edição mudei o título), e ao terminar de ler o poema ficou muito irritada comigo. Ela me disse que tinha ido ao supermercado fazer compras e agora eu a tinha desarrumado. Ela me perguntou literalmente: _ Você sabe o que faz com as pessoas?
Comprou o livro, eu autografei e ela foi embora furiosa.
sexta-feira, 17 de abril de 2015
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