terça-feira, 1 de março de 2016

CONFESSO QUE VIVI

Ando numa fase de releituras. Como é maravilhoso reler. A leitora da primeira leitura é tão diferente da segunda, tantas coisas aconteceram no intervalo entre uma leitura e outra e como vou me tornando com o tempo uma leitora melhor.
Estou terminando de reler um livro maravilhoso, pela terceira vez. Sem discussão essa está sendo a melhor leitura.
O livro é Sefarad, de um dos maiores escritores espanhóis que quase ninguém conhece no Brasil, por quem sou apaixonada: Antonio Muñoz Molina. Li muitos livros seus. Está publicado em português pela Companhia das Letras. São relatos que se passam em épocas distintas, sempre na fronteira de alguma coisa, já que Sefarad é o país perdido (Espanha) pelos judeus. Então Sefarad, além de um país, é também uma metáfora.
Mas hoje me deu saudades imensas do livro Confesso que Vivi, do Neruda. Vou ter que reler.São também relatos autobiográficos. Num deles, a minha paixão, Neruda se perde nas montanhas.Mas encontra uma casa e pede abrigo. É a casa de três irmãs francesas. Quando diz que é estudante, elas o recebem com uma grande alegria. É servido um jantar que é um banquete. Ele recita Beaudelaire e as irmãs recebem o poema como a joia mais preciosa. E contam que ao longo dos anos, para cada visitante perdido, prepararam um suntuoso jantar, sem nunca repetir um prato.
Que a alegria em torno de um poema que nos acende e nos traz de volta algum momento mágico, possa sempre existir em nossas vidas.
    

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