sexta-feira, 16 de setembro de 2011
BIBLIOTECA DA MARÈ
Ontem fui conversar com duas turmas na Bblioteca da Maré. Mas na saída tive muito medo. Passamos por um tiroteio, pessoas correndo, e meu coração parecia um tambor. Não gostei da experiência. A Biblioteca é fria, faltam tapetes, faltam almofadas, falta calor humano. A turma era difícil, claro, como poderia ser diferente? Mas talvez , quem sabe, se antes do nosso encontro eles tivessem ouvido meu nome ou lido alguns poemas meus? A biblioteca deveria ser um oásis de felicidade num lugar tão hostil, mas não é. Nem ao menos um lanche as crianças receberam. Elas chegaram falando que estavam com fome.Foi para mim uma experiência muito dura e espero que alguma coisa boa tenha ficado . Tentei brincar o tempo todo para que a experiência fosse leve para eles. A minha surpresa é que uma aluna de uns 8 anos leu dois poemas meus maravilhosamente bem.Levo um tênue fio de luz de esperança no coração com a leitura da linda menina.
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Querida
ResponderExcluirÉ mesmo uma tristeza saber que a realidade do país está ainda longe daquilo que desejamos. Fico feliz que não tenha perdido totalmente a esperança. É isso que faz toda a diferença e nos faz continuar guerreiras numa luta quase sem fim, de fazer perdurar o tênue fio de luz de esperança. Parabéns por não desistir! Um beijo doce, recheado de esperança.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirRoseana, criatura de DEUS, você esteve bem próximo da ONG da Drª Yvonne Bezerrra de Melo. O Complexo do Alemão, onde trabalhei por 22 anos, fica perto da Maré. Eu já tinha ouvido falar desta Biblioteca, mas não pensei que era assim.
ResponderExcluirBem,nenhuma experiência pode ser jogada fora, e a sua presença já deve ter feito uma diferença, pode acreditar.
Sinto muito pelo tiroteio, mas a Drª Ivonne já havia me falado sobre isso. Essa área ainda é muito violenta, mas concordo com a Minina Arteira: Parabéns por não desistir.
Bjs esperançosos,
Ange
A gente nunca desiste, não é isso. Eu esperava uma biblioteca mais calorosa e esperava que os alunos tivessem pelo menos lido algum poema meu.
ResponderExcluirRoseana: sua tristeza é a minha: escolas abandonadas à própria sorte à espera de um milagre.Sua presença foi esse milagre que poucos perceberam.Beijos solidários.
ResponderExcluirTem razão Roseana. Agora lendo novamente o seu comentário, eu entendi melhor. Tem razão. Não sei o que dizer. Aliás, eu sei, sim, mas...
ResponderExcluirBjs, tristes.
Angela