sexta-feira, 9 de março de 2012

CEDO DE MANHÃ

Assim se chamava uma música do belíssimo disco Mantiqueira do Nelson Ayres. Naquele tempo, começo dos 80, era disco mesmo. Sair para caminhar em Saquarema bem cedinho, às 6hs da manhã é uma dádiva. E me traz ao corpo a música do maravilhoso maestro.
Vimos a lagoa cheia de garças. Vimos um ancoradouro cheio de patos. Vimos as ruas lindas e limpas, arborizadas, completamente vazias. O céu explodia em azul, a temperatura era amena.
Saquarema, onde o olhar pousa, é pura beleza.
As pessoas me dizem que a minha poesia é bela. Vivendo num lugar assim, sinceramente, acho que é o mínimo que posso fazer para retribuir!

2 comentários:

  1. É... de certa maneira um lugar paradisíaco como esse propicia escritos cheios de poesia, mas dom é dom. Eu concordo com essas pessoas sobre as suas belas poesias.
    Quando leio alguma coisa que faz o meu sangue circular com mais rapidez, eu digo sempre que naquele momento um sino e um violino tocaram ao longe.
    (Posso dar um exemplo de um trecho de um livro seu (VENTO DISTANTE, pág.63):

    OLHAVA OS LIVROS ABSORTA QUANDO VI A MULHER DE CRISTAL NUM ESPAÇO VAZIO DA ESTANTE. COMO NA MINHA INFÂNCIA, ELA TOCAVA EM ALGUMA CORDA DO MEU CORAÇÃO. EU A APANHEI COM CUIDADO E, COM ELA ENTRE AS MÃOS, ME SENTEI NO SOFÁ DE COURO. QUE CAMINHOS PERCORRERA A MINHA MULHER DE CRISTAL PARA CHEGAR ATÉ ALI? POR QUE EU A DEIXEI ESCAPAR? POR QUE QUANDO MINHA AVÓ MORREU NÃO A LEVEI COMIGO? ENTÃO, TODA A DOR DA MORTE DA MINHA AVÓ EXPLODIU DENTRO DE MIM COMO UMA FRUTA E COMECEI A CHORAR. NÃO SEI QUANTOS OU HORAS ESTIVE CHORANDO – O TEMPO DAS EMOÇÕES NÃO SE MEDE PELOS RELÓGIOS...

    Nesse momento um sino tocou e o violino começou a tocar.
    Lindo, muito lindo e o final ... só mesmo lendo.
    Bjs,
    Angela

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