Ontem, quando ia para Saquarema de manhã, encontrei Gil, que é leitora do nosso Clube de Leitura da Casa Amarela, perguntei se ela viria ao próximo encontro , ela abriu a bolsa e tirou de lá de dentro o livro A Trégua, do Primo Levi, o livro que iremos discutir. Fiquei radiante. Gil é contadora e seu contato com a literatura não foi grande. Mas agora é uma leitora e aproveita todo o tempo livre para ler.
Gil é a prova de que nós podemos nos tornar leitores a qualquer idade.Basta um estímulo, um empurrão.
Hoje, em nosso mundo , nós escritores temos muito contato com nossos leitores. Penso em Tolstói escrevendo Guerra e Paz , uma obra monumental, totalmente a mão, sem a internet para pesquisar e sem o retorno que hoje qualquer escritor tem diariamente com seus leitores. Meus leitores me deixam plena, alerta, o tempo todo motivada para escrever. Hoje recebi uma mensagem de uma leitora de 22 anos que leu um livro meu quando tinha 8 anos e agora, subitamente, precisa dele e não lembra o nome, mas lembrava de um poema e eu pude localizá-lo.Ter este depoimento é um tesouro. Saber que um poema que escrevi viveu durante tantos anos dentro desta pessoa que não conheço é impressionante.
Carregar um livro na bolsa, na mochila, é a garantia de que nenhuma espera será difícil. Hoje vou para Mauá com pernoite em Resende. Mas antes tenho que passar no Aeroporto do Galeão para carimbar a vacina de febre amarela , obrigatória para ir a Bogotá. Não sei quanto tempo ficarei esperando na Rodoviária, mas já antecipo a espera com um café com leite e o maravilhoso livro que estou lendo: "O cérebro que se transforma" de Norman Doidge, que aliás comprei na livraria da Rodoviária numa outra espera.
Não consigo ver alguém ao meu lado lendo um livro sem que eu averigue o título do livro. Fico indócil, ansiosa, uma leitora prestes a dar o bote e só acalmo quando descubro. Se é um autor que amo, sei que entre nós dois eu e o desconhecido ou a desconhecida, existe um elo invisível e isso me dá um grande prazer.
quarta-feira, 28 de março de 2012
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Também.. fico igual a papagaio de pirata..Agora, uma das minhas loucuras era visitar o Dario Castro Alves, que era primo da minha mãe, casado com Diná Silveira de Queiroz, era pertinho lá de casa.. Roseana.. a biblioteca.. os livros eram espalhados pelo chão.. ah! e o cheiro! E eu ficava lá, pequena, sentada sobre a pilha de livros!
ResponderExcluirQue maravilha, Angela!!!
ResponderExcluirTambém aprendi a amar os livros e agradeço todos os dias aos meus pais e uma amiga muito especial que me fez enxergar ao encanto mágico que eles tem... E Como é nbom ter sempre um livro à mão. (rsrs) Sempre quando vou para escola ministrar as aulas levo alguns, difirentes dos que tenho lá... Assim os pequenos também ja vão se familiarizando com as delícias do livro... E tem dado certo... Eles ainda não leem convencionalmente, mas sempre buscam os livros que deixo na sala para ler, E leem o mundo... Adoro tudo isso. Beijo Roseana. E que bom que existem escritor@s como você para nos contagear com a magia das letras!
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