Como tem acontecido nos últimos dias, me levantei às 4hs da manhã. A casa oscilava em seu silêncio entre as ondas do mar. Fiz meu café, abri o livro de poemas PEDRA SÓ, ed. Escrituras, de José Inácio Vieira de Melo , que o correio me trouxe ontem. E levei um susto.
A sua poesia é bela . José escreve desde a fazenda Pedra Só em Alagoas , escreve desde a seca. Mas a sua poesia é torrencial e nos arrasta, é , dentro da seca, cheia de água, cheia de imagens lindíssimas e emoção. José escreve desde um lugar : o começo do mundo, o começo do tempo. José escreve a saga do homem: os sonhos.
Separo alguns fragmentos :
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"É da natureza do poeta
sonhar a essência do vento
e soprar na harpa os outros nomes
da pedra e da água."
pg 97
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"A arte da pedra é ser o silêncio que cresce"
pg 29
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Na Pedra Só,
as formigas tecem as escrituras
no abismo da noite tão enorme
e o espantalho veste a seda do orvalho
para receber de braços abertos,
o sabor das auroras, o sagrado.
pg 25
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Eu chego no silêncio que acende
as quatro ferraduras do tempo
e encontro a inesgotável jazida,
catedral do rubi que me habita.
pg 73
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E a sua poesia, água, seca, pedra, rubi, vento, silêncio, ficou latejando no resto da noite que ainda havia e quando vi, a manhã havia chegado.
sábado, 15 de setembro de 2012
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