segunda-feira, 27 de junho de 2016

PARA RESPIRAR

Escolhemos, eu e Juan Arias, viver num lugar pequeno. Saquarema fora das temporadas parece uma ilha deserta. Aqui lemos e escrevemos com a música constante do mar. Cuidamos das gatas.
E caminhamos.
E respiramos.
Respirar neste mundo de hoje anda muito difícil.
Tragédias sobre tragédias fazem uma camada espessa de lodo e quase nos asfixiamos.
A poesia ajuda a respirar.
Leio poesia diariamente. Escrevo poemas também para respirar.
Às vezes os poemas se transformam em livros.
Às vezes os poemas ajudam a respiração de outras pessoas, isso é motivo de grande alegria.
Buscar alegria também é um ofício.
As alegrias que tingem o cotidiano são como esvoaçantes borboletas azuis e amarelas, pedaços de sol. Buscar alegria é ofício de alquimista, porque às vezes basta virar um fato de cabeça para baixo, acrescentar algumas gotas de vida e a alegria que estava aprisionada escapa e inunda a casa.

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