sábado, 17 de abril de 2010

CEBRIÁN

Hoje, na última página do Prosa e Verso há uma entrevista com Juan Luis Cebrián, onde fala do seu livro de ensaios O Pianista no Bordel. Juan Luis foi o fundador do El País e em sua entrevista nos diz: os jornais como os conhecemos estão acabando. Não se pode levar o jornal em seu formato papel, tal como existe, para a web. Na rede, a informação é outra coisa.É um jogo de espelhos, uma reverberação que chega ao infinito, uma matéria se abre em outra, em filmes, em milhares de fotos, nos leva a leitores jornalistas, leitores fotógrafos, ela muda a cada instante, se atualiza, não é estática. E Cebrián nos diz: tudo vai mudar, mas não sabemos como, ele nos diz que não tem as respostas e nem mesmo as perguntas. Mas o jornal de papel já nasce todos os dias obsoleto. E estamos vivendo uma mudança de civilização.

No entanto, como é difícil imaginar o café da manhã sem o jornal ao lado, sem o toque do papel nas mãos, sem o prazer indizível de ler a coluna que amamos, eu por exemplo, espero a semana inteira a crônica do José Castello. Para mim, a tela ainda é fria, preciso de um contato corporal com o que estou lendo. Preciso das mãos tocando o papel como se tocasse um corpo, uma pele. Mas sei que tudo o que conhecemos está por um triz .

2 comentários:

  1. Roseana: tudo sempre está por um triz.O homem está sempre inventando,desde o início do início.Não acho que o jornal assim como o livro vão desaparecer.Existirão sempre pessoas que apreciarão o toque de um papel ou o cheiro de um livro novinho,recém-comprado.Beijos otimistas!

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