Ontem soube que meus dois livros Carteira de Identidade, ed. Lê e Vento Distante, ed. Escrita Fina, entraram para o Catálogo de Bolonha que é preparado pela Fundação Nacional do Livro Infanto Juvenil para a Feira Internacional de Bolonha. O Catálogo é uma vitrine onde entram os melhores livros e me sinto premiada. Estou muito feliz. Os dois livros tiveram uma gestação bastante complicada: quando tive a idéia de fazer uma coletânea de poemas sobre a identidade, apresentei o projeto para a ed. FTD. Ela adorou e me disse para ir em frente. Qiando tinha 30 poemas enviei o livro. A minha editora, Ceciliany, me pediu que dobrasse o tamanho, ela queria 60 poemas. Entrei em pânico, será que conseguiria fazer mais 30 poemas sobre o mesmo tema? Conseguí e com o livro pronto, a FTD me diz que sentia muito, mas não podia publicá-lo. Fiquei muito triste e fui com o original debaixo do braço tentar alguma outra editora. A Lê tinha reeditado meu primeiro livro Fardo de Carinho com muito sucesso ,então oferecí o original. Lourdinha, a editora, ficou com medo, o livro era demasiado "adulto". Sugerí que ela desse o livro para alguns adolescentes e pedisse a opinião deles. Foi positiva e a Lê publicou o livro com belíssimas ilustrações da Elvira Vigna. Fiquei muito grata.
Agora o livro entra no Catálogo de Bolonha e nos prova que valeu a pena.
O Vento Distante era um pedido da minha editora Laura quando ela ainda era da Rocco e havia produzido o Território de Sonhos. Ela queria uma coletânea de contos de terror. Fiz um 3 contos e ela não gostou. Achou que não produziam nenhuma espécie de medo. Eu os guardei na gaveta, projeto abandonado. Alguns anos depois ela me telefona pedindo um original para a nova editora onde estava trabalhando, a Escrita Fina. Falei dos contos que estavam na gaveta e perguntei se ela não gostaria de reler. E então ela gostou dos contos e me pediu que continuasse. Retomei o trabalho. Entreguei e a Laura quase desistiu: achou muito parecido com o Território de Sonhos. Fiz algumas pequenas modificações e o livro saiu. Agora atravessa o mar.
UMA CARTA
Sentada com uma xícara de café nas mãos, namoro a pequena cômoda de três gavetas. Isa me conta que, quando a cômoda chegou, abriu cada uma delas. Na primeira, encontrou algumas bijuterias antigas, sem valor nenhum; na segunda, havia uma Bóblia em hebraico de folhas amareladas; e a última gavetinha estava trancada a chave. Sem a chave, é claro.
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in Vento Distante, ed. Escrita Fina
ANJO
Em cada precipício me sento
e um anjo me sussurra com calma
as encruzilhadas,
as estradas desconhecidas.
Todos os meus anseios
estão em suas mãos
e com seu hálito me acalma,
me acalanta.
Durma, ele me diz, sentado
na beira da minha sombra,
não tenha medo dos sonhos.
in Carteira de Identidade, ed. Lê.
sábado, 26 de fevereiro de 2011
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Roseana:parabéns,para seus poemas e textos o céu é o limite( ou não??!!!).Tenho esses dois livros seus e os releio sempre,com deleite.Bom findi...beijos tietes.
ResponderExcluirObrigada, Maria Neuza, estou muito feliz.
ResponderExcluirMaria Neuza!
ResponderExcluirEstá certo este recurso pode não lhe pertencer, mas você o usa com criatividade e alegria.
Para mim isso é o mais importante.
Obrigada por me deixá-lo usar, mas não sempre pois perderia a graça.
Esse é um estilo seu.
Bjs
Angela
Roseana, criatura alada!
ResponderExcluirVocê melhorou, graças a DEUS? Pelo visto, eu acho que sim. Acho ótimo. Me anima, também.
Bem, eu não sou escritora, então não entendo dessas formalidades. Mas eu fiquei pensando: a editora gostou dos 30 poemas, depois a editora... pediu para dobrar. Você trabalhou para isso e depois não pode publicar?
Isso é assim mesmo?
Pois se é assim, eu acho tão antiético.
O livro Carteira de Identidade, eu ainda não tenho, mas logo, logo vou ter.
Bom final de sábado.
Ah! Amanhã a minha cunhada Carmen do Clube do Livro faz aniversário. Vai ter festa bonita.
Dá um beijão na Carmen!!! Melhorei e muito.
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