terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

LAILMA

Ontem recebí uma mensagem impressionante. De uma leitora com um nome de sonoridade rara, um belo nome: Lailma. Ela me contava que meu livro Tantos Medos e Outras Coragens foi inspiração para sua monografia de final do curso de psicologia. O verso " Os medos são como olhos de gato brilhando no escuro" serviu como estopim. É curioso. Escrevemos um poema, um livro, um conto e não sabemos quem será o destinatário, o que a nossa escrita provocará em alguém que não conhecemos. Quando escrevo, escrevo para quem? Não sei. Talvez inconscientemente escreva para alguém que percebe a vida como eu? Alguém que pense a vida de uma maneira completamente diversa entenderá meus versos? São questões intrigantes e sem resposta. E por que escrevo? Escrevo porque sim.

3 comentários:

  1. Ih! Roseana eu achei muito importante o que você escreveu hoje. Eu já havia pensado nisso. Ficava me perguntando a razão de alguns livros suscitarem discussões e paixões em algumas pessoas, e em outras não.
    É muito interessante o sentimento que desperta no outro, quando você não concorda ou não gosta de um determinado livro... principalmente se for de um escritor famoso.
    Vou dar um exemplo: O Chico Buarque de Holanda é um tremendo poeta, mas eu gosto mais do Gonzaguinha. Pois bem há alguns anos atrás fui questionada por alguém da minha família que o Chico era melhor e eu estava errada. Na realidade eu deveria gostar mais do Chico.
    Veja só, a confusão instalada.
    O escritor precisa ter bem definido que ele escreve o que vê e o que ele sente em determinados momentos, mas sem nenhum objetivo pré determinado. E quem lê, tem o direito de sentir o que vai no seu coração, também naquele momento.
    Em muitas vezes há um casamento perfeito. Muito bom para quem lê e para quem escreve.
    Isso está acontecendo com o livro do Chagall que chegou ontem. Eu não paro de ler.
    Quando eu era criança eu tinha vergonha de dizer para o meu professor que eu não gostava de determinado livro, porque eu achava que ele ia me achar ignorante.
    Quando não era isso. Eu lia o livro analisava como pedia o professor, ganhava até uma boa nota, mas não achava nenhuma graça nele, eu achava o livro muito chato, mas cadê a coragem para dizer?
    Realmente, Roseana são perguntas intrigantes e sem respostas.
    Pensando bem... precisa ter respostas?
    Felizmente, ah!ah!ah! os seus livros são muito atraentes e super carinhosos.
    Você não se sentiu honrada por eu compará-la a o Amos Oz?
    Muito bom dia!
    Angela

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  2. Angela, você tem razão, completamente. Há livros que cabem na gente e outros não.

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  3. Ah! que bom. Eu pensei que ficou um pouco confusa a minha explicação, mas é exatamente isso que eu sinto.
    Obrigada, e parabéns pelo livro que foi pano de fundo para um belíssimo trabalho.
    Angela

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