Ontem vimos na TV Alemã um documentário emocionante sobre a revolução no Egito. Foram quatrocentos mortos, uma canção e um slogan: "Egípcios, levantemos a cabeça" . Uma revolução feita por jovens, com palavras e esperança. Mesmo com o exército matando, os jovens não abandonaram a praça. Temos que pensar na função das praças, local de encontro e confraternização desde os tempos mais remotos. Encontros e também desencontros, trocas, descobertas. Minha infância foi iluminada por uma linda praça , no bairro do Grajaú, no Rio de Janeiro, a Praça Edmundo Rêgo. Não sei quem foi este senhor e acho que as praças deveriam ter nome poéticos e não de pessoas, por exemplo, Praça da Lua Cheia, Praça do Vagalume...A praça era minha e era mágica e saber que ela estava a um passo da casa me ajudava a suportar momentos difíceis. Um dia fugi sozinha para a praça, tinha quatro anos e nem imagino o susto que todos passaram. Às vezes só voltava da praça quando a noite já havia caído e olhava para o céu e a lua me seguia. Ficava orgulhosa, a lua me amava. São lembranças muito antigas, quase as primeiras.
Agora, no Egito, todos sabem que é preciso estar atento, vigilante, pois o ditador caiu, mas toda a sua equipe continua no poder. Há que construir a democracia passo a passo, lentamente. Desde os Faraós, o Egito nunca escolheu seus governantes. O que os egípcios querem deveríamos querer também: o fim da corrupção, dignidade para todos. Leio estarrecida : assim que o Presidente Obama virou as costas, o lixo voltou a inundar as ruas da Cidade de Deus. A limpeza das ruas foi apenas para receber o Presidente e sua família.
quarta-feira, 23 de março de 2011
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirRealmente é lamentável toda essa parafernália para impressionar alguém tão longe fisicamente e espiritualmente da gente, não sei. Infelizmente é assim que a vida é. Jogar poeira para baixo do tapete é secular. Jogamos poeira quando queremos descartar alguém com palavras duras, quando ignoramos um pedido de auxílio, quando nos colocamos em um patamar acima dos outros e, vai por aí.
ResponderExcluirDepois tudo volta ao normal. O santo Freud explica.
Quanto a sua pracinha, eu concordo plenamente. Vejo as praças da mesma maneira que você. Se eu escrevesse sobre elas, com certeza não seria como você, mas o sentimento é o mesmo.
Existe muita magia nas praças. É uma pena que atualmente não as utilizamos como você fazia quando era bem pequena no Grajaú. Se estamos sozinhos corremos até risco de vida dependendo do horário que passamos por elas.
Mas o bom disso tudo é saber que elas existem e guardam tanto amor, tanto carinho e, sobretudo tanta sabedoria.
A Praça é nossa!
Abraços,
Angela
É mesmo, Angela, a praça é de todos.
ResponderExcluirRoseana;Uma praça é um oásis de onde brotam natureza exuberante,caminhos solitários,barulhinho reconfortante da fonte...eu tenho uma perto de casa e sou grata.Beijos solidários aos jovens revolucionários e esperançosos de todo o mundo.
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirRoseana olha só que poema simpático de dois escritores de histórias infantis. Eu gosto muito de poemas que apareçam lua e estrelas. Você tem muitos poemas que falam deles.
ResponderExcluirEntão estou enviando esse para que você nos ajude a traduzir.
Estou com dificuldades nas seguintes palavras: harcele? broma - é brincadeira?, silla - é cadeira? orilla?
EL ABUELO
DE LAS
MANOS GRANDES
Dicen que uma vez la luna
Salto de su cuna
Y cayó a la laguna
Para harcele uma broma al sol.
Y las sirenas cantaron
Y los gatos maullaron
Y las estrellas bailaron
Pero la luna, mojada, alli se quedo.
Dicen que esa vez mi abuelo
Se acercó, y como en juego.
La colocó entre sus dedos
Y la luna, encantada, a sua casa volvió.
Es por eso que a veces
La luna canta em la orilla
Porque mi abuelo, en su silla
La escucha y le cuenta historias de amor.
Luciano Saracino
Sebastian Barreiro
Não sei se você vai gostar do poema, mas eu gostei tanto que resolvi colocá-lo no seu BLOG como um presente para você.
Adorei, amanhã traduzo para você.
ResponderExcluirOba!!!!!!!!!!!!!!!!!
ResponderExcluirObrigada.
Angela
O AVÔ DAS MÃOS GRANDES
ResponderExcluirDizem que uma vez a lua
pulou da sua cama
e caiu na lagoa
para enganar o sol.
E as sereias cantaram
e os gatos miaram
e as estrelas bailaram
mas a lua, molhada, ali ficou.
Dizem que desta vez meu avô
chegou perto
e como numa brincadeira
a colocou entre os dedos
e a lua, encantada,
para sua casa voltou.
É por isso que às vezes
em suas margens a lua canta
porque meu avô a escuta
em sua cadeira
e para ela conta histórias de amor.
Roseana e ângela: obrigada por compartilharem essa poesia tão doce,sensível e tocante..quero ser uma avó assim...beijos enluarados.
ResponderExcluirCom certeza somos avós assim, Matia Neuza, querida.
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirCaramba!!! eu não sei primeiro com quem falo. Bem... começo com Roseana que é a escritora e dona do BLOG.
ResponderExcluirObrigada, Roseana,SEMPRE pela gentileza da tradução.
Isso é que é tradução. Por isso é que gostei do poema. Ele é bem parecido com alguns que você escreve. Sempre fazem a gente sonhar, e atualmente é o bálsamo que precisamos. Você está contribuindo muito para que as energias boas do planeta comecem a circular com mais rapidez.
Quanto a você, Maria Neuza, não precisa agradecer. É sempre bom compartilhar. Você é muito simpática, e muito engraçada.
Gosto muito das suas despedidas... sempre me divertem.
Você falou tudo: a poesia é doce, sensível e tocante.
Beijos doces, sensíveis e tocantes para as duas.
Ah! Ah! Ah!
Angela
Obrigada, Angela.
ResponderExcluir