quinta-feira, 5 de maio de 2011

VOO PERDIDO

Ontem perdemos o voo que nos levaria a Madrid. Juan levou o passaporte vencido ao invés do novo e não dava mais tempo de fazer chegar o passaporte novo.Só conseguimos uma nova passagem para o dia 8 e perdemos alguns hotéis já pagos, etc. Fiquei muito triste, parecia tudo um pesadelo, chorei muito e me lembrava de um éspetáculo da Pina Bauch que vi na década de 80 em que tudo girava em torno de fronteiras e passaportes, com cães pastores alemães no palco contracenando com os bailarinos.Por que precisamos de fronteiras e passaportes? E se precisamos de passaportes, por que eles vencem? É um absurdo. Todos me consolam: meus filhos, amigos, claro não aconteceu nada, foi só um contratempo, mas fiquei tão desapontada, como se tudo fosse virando fumaça.Então não conseguí dormir, acordo no meio da noite e adoro este silêncio espesso, apenas o mar rugindo. Agora vou fazer meu café e ler com o barulho do mar virando as páginas..

7 comentários:

  1. É como eu disse: Deus é quem sabe. Não me considero uma pessoa extremamente religiosa, mas estou ficando bem atenta aos sinais que ele envia. O que aconteceu, embora apenas um contratempo serve de aprendizado para todos nós. Existe uma lenda, a Lenda do Tibet que explica bem.

    Numa aldeia do Tibet morava um velhinho muito pobre. Vivia numa cabana de palha com seu filho e um cavalo magro que era toda a sua riqueza. Os vizinhos, quando passavam por ali, diziam: ”Coitado!...”, mas o velho sorria e respondia: Como vocês podem saber se esta minha vida não é um bem?
    Um dia o cavalo fugiu. Os vizinhos lamentavam ainda mais a infelicidade do velho que, para espanto de todos, respondia:
    _ COMO SABEM VOCÊ QUE ISTO FOI UM MAL?
    Semanas depois o cavalo voltou. Trazia com ele centenas de cavalos selvagens que o seguiram até a cabana. O velho ficou rico, um grande proprietário de cavalos. Mas continuava respondendo tranquilamente aos parabéns dos vizinhos:
    _COM SABEM QUE ISTO É UM BEM?
    O filho tentando domesticar os cavalos, caiu, feriu-se muito e acabou perdendo a perna esquerda. Novamente os vizinhos lastimaram a situação o ouviram a mesma resposta:
    _ COMO SABEM VOCÊS QUE ISTO É UM MAL?
    Veio então naquele país uma guerra horrível. Todos os homens foram convocados, todos, menos o rapaz que não tinha uma perna e o velho que já passar da idade de ser útil na luta. Os que foram à guerra sofreram muito: grande parte nunca mais voltou.
    Na sua cabana o velho e seu filho procuravam ajudar os que voltavam tranquilamente, na certeza que os caminhos do bem e do mal são muito misteriosos e muito pouco sabemos daquilo que realmente é melhor para nós.

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  2. Querida Roseana, concordo com Angela Maria.
    e quero deixar um trecho da música de Chico Buarque:

    Não se afobe, não
    Que nada é pra já
    O amor não tem pressa
    Ele pode esperar em silêncio

    A ansiedade é grande, a decepção é maior, mas...
    Aproveite da melhor forma o seu tempo aqui no Brasil com muito carinho de filhos.

    Beijos e Boa viagem (08.05)

    Maristela do blog:leituras ao vento de Maringá.

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  3. Puxa Maristela, linda letra. Muito bom... e tem tudo a ver.
    Bjs,
    Leitora Angela

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  4. Roseana: Dalai Lama diz:"o que não tem remédio,remediado está.."...dia 8 já bate à nossa porta...beijos solidários

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  5. A lenda do Tibete é lindíssima e realmente vocês estão cobertas de razão. Não foi nada, já estou feliz outra vez!E domingo , que será o Dia das Mães e faz um ano que minha mãe morreu, estarei voando, bem perto dela.

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  6. Isso mesmo Roseana.Não foi nada mesmo, mas muito lindo mesmo foi o que você escreveu sobre estar voando perto da sua mãe.
    Com certeza ela estará lhe protegendo.
    Mas eu fiquei pensando... coitado do Sr Juan. Imagino o que ele deve ter sentido quando viu você chorar e não poder fazer nada.
    Caramba que mistura de sentimentos para ele.
    Bjs,
    Angela

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