Ainda jovem eu pulava
as pedras do rio, sentia
sua dureza em meus pés,
as nuvens corriam junto
comigo, céu e terra
me esmagavam em seu abraço
e meu corpo latejava
com os dias que ainda existiriam.
Aquelas pedras se inscreveram
profundamente em minha pele,
são as minhas consoantes em dias de espera.
Mergulhava as mãos na água fria
e minhas linhas da mão se desfaziam,
corriam junto com o rio,
quando ainda era jovem.
Hoje meus pés gostam de caminhar
sobre a névoa, a fina película
de irrealidade que cobre a vida,
e minhas mãos tentam apreender
o voo das borboletas.
in DIÁRIO DA MONTANHA, ed. Manati
quinta-feira, 5 de julho de 2012
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nossa... que maravilha!
ResponderExcluirEsse livro promete.
Gostei muito dessa parte:
_Aquelas pedras se inscreveram
profundamente em minha pele,
são as minhas consoantes em dias de espera.
Parabéns, Roseana.
Roseana, que lindo *_*
ResponderExcluirEspero Angela, que goste do livro.
ResponderExcluirBeijos, Gaby.