Um poema do Salgado Maranhão para o domingo de Páscoa, não fala nada sobre a Páscoa em si, mas sobre a vida, o desejo, o tempo. Afinal nós humanos somos feitos com poeira de estrelas, tempo , memória e desejo. E Páscoa é vida.
QUEM ?
Para que serve esta labuta errônea
do coração ao que jamais se doma?
Quem dá partida à trama do desejo
que se distende ao acaso e ao ensejo
de um domador que dorme com a loucura?
E quem amarra os nós dessa costura
num tecido que o próprio tempo esgarça
como se feito em linhas de fumaça?
Salgado Maranhão in A Cor da Palavra, ed. Imago
domingo, 31 de março de 2013
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